| 14/03/2008 10h24min
Pilotando um carro que dificilmente o permitirá brigar por vitórias em 2008, o brasileiro Rubens Barrichello, da Honda, começa a temporada da Fórmula-1 com um único objetivo: se tornar o piloto com o maior número de Grandes Prêmios disputados na principal categoria do automobilismo mundial.
A marca atual pertence ao italiano Ricardo Patrese, que disputou 256 GPs ao longo dos 17 anos em que esteve na F-1. Rubinho já participou de 252 provas, segundo sua própria contagem. É que existe certa controvérsia em relação aos números do brasileiro, dependendo do critério adotado para se apurar a efetiva participação do piloto em cada corrida.
Para a Federação Internacional de Automobilismo (FIA), o piloto de 35 anos já disputou 253 provas, desde sua estréia no GP da África do Sul de 1993 até o GP do Brasil do ano passado. Destas, não largou em quatro. Já para o suíço Jacques Deschenaux, autor do livro “Grand Prix Guide”, são 250 corridas. Duas a menos que a contagem de Rubinho, que explica a diferença:
– O critério é simples: conto toda corrida em que me apresentei para largar no grid. Se depois aconteceu alguma coisa que não me permitiu correr, tudo bem, mas trabalhei o fim de semana até chegar aquele ponto e alinhei o carro no grid – explicou Rubinho, em Melbourne, na quinta-feira.
A diferença entre os números de Rubinho e os de Deschenaux estão nos GPs da Espanha e da França de 2002, nos quais o piloto levou sua Ferrari para o grid, mas não pôde largar em função de problemas mecânicos. Já o GP a mais contado pela FIA explica-se porque o brasileiro não considera a trágica prova de San Marino em 1994, marcada pela morte do tricampeão Ayrton Senna. Na ocasião, ele sofreu um sério acidente nos treinos de sexta-feira, ficando impedido de correr no domingo.
Assim, levando-se em conta a contagem do próprio Rubinho, o recorde de Patrese já tem data marcada para ser superado: será no dia 11 de maio, no GP da Turquia, em Istambul, quinta etapa da temporada 2008. Até lá, o brasileiro – que garante não ter planejado nada especial para comemorar o feito – terá quatro corridas para pensar em alguma celebração.
– Será minha 16ª temporada na Fórmula-1 e meu amor pelo esporte e meu entusiasmo continuam os mesmos. Neste ano, me tornarei o piloto mais experiente de todos os tempos e estou muito orgulhoso por isso – declarou.
Além do recorde, Rubinho terá como objetivo apagar a péssima impressão deixada na temporada 2007, a pior de sua carreira na Fórmula-1, que terminou sem marcar um único ponto sequer. Agora, garante ele, está mais “confiante” e com um carro melhor nas mãos. Mas admite que não será em 2008 que brigará por sua 10ª vitória na categoria.
– Ganhar? Preciso dizer que o buraco é mais embaixo com a Ferrari e McLaren andando o que estão andando. Porém, o resto tudo é possível. É bom esperar mais uns dias para ver – finalizou Barrichello, o brasileiro prestes a se tornar o piloto de maior longevidade na história da Fórmula-1.