| 12/02/2008 19h56min
Na luta para representar o Brasil na disputa do vôlei de praia nas Olimpíadas de Pequim, as duplas Ana Paula/Shelda e Leila/Sandra Pires têm somente duas certezas. A primeira é que o caminho até Pequim será bastante complicado. A segunda é que, apesar de o Brasil ter direito a duas vagas na China, apenas uma está em jogo.
Com excelentes resultados na seletiva que considera os oito melhores resultados do Circuito Mundial desde janeiro de 2007 até 20 de julho de 2008, Larissa e Juliana possuem 5200 pontos no ranking mundial, contra 3940 de Renata e Talita. E a ampla vantagem das campeãs brasileiras desestimula as outras duplas.
– É muito difícil tirar as duas do páreo. A vaga é delas .Temos em mente que somente uma vaga está em aberto. Temos a Renata/Talita na nossa frente, mas isso não quer dizer nada porque os resultados delas nos Grand Slams (etapas especiais que valem o dobro de pontos), elas não foram bem. É esse tipo de torneio que vai fazer a diferença – admite Shelda, que ao lado de Ana Paula está em terceiro lugar na briga pela classificação.
Dona de dois bronzes olímpicos na quadra, Leila concorda.
– Teoricamente a vaga é delas, pois a Juliana e a Larissa tiveram um 2007 muito bacana. Estão praticamente classificadas. É uma só vaga em disputa entre umas cinco duplas – acredita a musa.
Ana Paula é a única que não engrossa o coro: mesmo sabendo que praticamente apenas uma contusão tira Larissa e Juliana de Pequim-2008, ela ainda sonha.
– É claro que a gente não torce para elas se machucarem, até porque eu sei o que é uma lesão na carreira de um atleta, mas sei lá.... quem sabe este ano eu e a Shelda, junto a Renata e Talita chegue na frente delas em todas as competições? No esporte, absolutamente tudo é possível de acontecer – lembra.
Apesar da dificuldade, Ana Paula julga que o critério de classificação para as Olimpíadas está absolutamente correto.
– A vaga não poderia ser decidida pela Circuito Brasileiro. Não desmerecendo ninguém, mas aqui tem uns 15 times e alguns nunca foram disputar o Circuito Mundial, a atual seletiva. Só que essas jogadoras conhecem o estilo das brasileiras que investem neste tipo de competição e, como jogam muito contra a gente, podem colocar abaixo uma vaga olímpica de quem está acostumado a atuar lá fora. É dificílimo estar no Circuito, pois precisa sempre de bons resultados, e aqui não: você perde, pega o avião para casa e está tranqüila – argumenta.