| 16/01/2008 07h11min
Não é somente a mudança de camisa que anima o colombiano Bustos, que começou 2008 trocando o Olímpico pelo Beira-Rio. É, sobretudo, a perspectiva de exercer sua especialidade, a cobrança de faltas, que empolga o lateral-direito de 26 anos, eleito o melhor jogador de seu país no ano passado.
Ele se baseia na diferença de estilo entre as duas equipes para acreditar que as chances surgirão em maior escala. Com atacantes velozes e técnicos, o time do Inter sofre faltas freqüentes nas imediações da área. Bustos lembra que, no Cúcuta, tirava proveito do fato de o meia Magnelli Torres e o atacante Blas Pérez serem caçados pelos adversários. Na Libertadores, fez três gols de falta — entre suas vítimas estiveram Grêmio e Boca, na Bombonera. No Grêmio, "um time mais de força e temperamento", como define, as faltas raramente ocorriam.
— Meu objetivo é aproveitar muito bem a passagem pelo Inter e fazer os gols que não fiz no ano passado. Lá (no Grêmio), quase não tinha chances.
Só cobrei sete faltas em
23 jogos. E quase todas elas de longe — lamenta o jogador.
Ainda não há previsão para a sua estréia. Bustos aguarda pela condição legal e por melhor condicionamento físico. Substituído por Patrício nos jogos finais do Grêmio no Brasileiro de 2007, manteve-se em atividade pela seleção colombiana. O que teve seu lado positivo. Os gols de falta nas vitórias contra Venezuela e Argentina, esta última de virada, consolidaram sua fama de ídolo junto aos torcedores.
Para compensar a ausência na pré-temporada, nos Emirados Árabes, Bustos treina diariamente em dois turnos com o coordenador de preparação física Élio Carravetta. Ontem, depois de assistir à vitória do Inter contra o Juventude, pela Taça São Paulo, revezou-se entre a sala de musculação e a caixa de areia.
— Hoje (ontem) ele completou seu 12º trabalho. Não parou nem no sábado. Quero ver como responderá ao esforço esta semana para poder avaliar melhor — diz o preparador.
—
Ainda falta muito — admite o lateral.
Bustos
está impressionado com o elevado calor do verão de Porto Alegre. "Parece Cúcuta", sorriu, enquanto tomava água no bico da torneira à beira do gramado suplementar B. Localizada no norte da Colômbia, proximidades da Venezuela, Cúcuta enfrenta, no verão, temperaturas que variam de 28 a 35°C.
Lateral faz pré-temporada no Beira-Rio e acredita que, pelo estilo de jogo adotado pelo Inter, será beneficiado com faltas perto da área
Foto:
Mauro Vieira