| 15/01/2008 10h37min
Em uma de suas crônicas, sobre um jogo morno, aquele 0 a 0, o lendário Nelson Rodrigues reclamou que nem o árbitro fez uma burrada para ele poder comentar. Para não serem lembrados só quando erram, os juizes catarinense fazem uma preparação que conta com trabalho físico, psicológico e prático.
Neste último final de semana, por exemplo, 159 árbitros participaram do VI Seminário de Árbitros de Futebol de Santa Catarina. José Carlos Bezerra, presidente da Comissão de Arbitragem da Federação catarinense de Futebol (FCF), disse que os árbitros estão se preparando para o início do Estadual.
— Falamos em árbitro do futuro. Ele terá que ter mais rigor, preparação técnica e física. Temos que acompanhar o desenvolvimento do futebol — afirmou.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de Santa Catarina (Sinafesc), Marco Antônio Martins, uma das preocupações da Federação diz respeito a pressão que os árbitros irão enfrentar no campeonato, principalmente porque porque três clubes irão cair para a Divisão Especial e apenas um voltará à elite.
— Vai ser pressão até a última rodada. Alguns times brigando para não cair, outros para se classificarem para a Copa do Brasil e os que tentarão ser campeões. O presidente Delfim Peixoto cobrou empenho — afirmou Martins.
A parte física também teve destaque. Durante o seminário, na sexta-feira, os árbitros fizeram metade do teste aplicado pela FIFA. A prova inteira começa com 6 tiros de 40m (em até 6seg) e 20 tiros de 150m (em até 35seg para cada trecho com 40seg de descanso).
— Com um bom preparo físico e boa condição psicológica, o árbitro vai aplicar bem a regra — falou Martins.
O professor Osni Jacó da Silva, avaliador da CBF para parte física da arbitragem em Santa catarina, explicou que o teste realizado no seminário teve caráter didático. O objetivo foi mostrar a dificuldade para os juízes terão. Para se ter uma idéia, a prova não foi realizada de forma completa porque o campeonato começará na quarta-feira.
— Muitos não passariam no teste da Fifa, mas especulo que a maioria seria aprovado — avalia o professor.