| 07/11/2007 12h03min
Atualizado às 12h45min
O assessor de futebol do Grêmio, Paulo Pelaipe, será julgado nesta quarta-feira, a partir das 18h, pela terceira comissão disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no Rio de Janeiro.
O dirigente pode ser punido de 30 a 180 dias de suspensão pois foi denunciado por infração ao artigo 188 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (manifestar-se de forma desrespeitosa ou ofensiva contra membros dos poderes das entidades ou da Justiça desportiva).
Segundo o STJD, Pelaipe está sendo julgado porque, após o julgamento do volante Gavilán, em outubro, o dirigente concedeu entrevista dizendo que a auditora Renata Quadros não deveria fazer parte da comissão disciplinar por ser novata e que o Tribunal não teria credibilidade.
A reação de Pelaipe se deu pelo fato de que Renata disse durante o julgamento de Gavilán que o Grêmio tinha uma conduta violenta.
— Tem me chamado a atenção a conduta dos atletas do
Grêmio pela violência. Sou paranaense. Antes que falem que eu sou atleticana, não sou. Sou corintiana, e tenho achado um absurdo — disse a auditora.
Se condenado, durante a suspensão Pelaipe não poderá conceder entrevistas em local reservado do Grêmio e não poderá freqüentar as dependências oficiais do clube. Para assistir a um jogo do time, por exemplo, ele terá de ficar na arquibancada ou em outro local a que o público-geral tenha acesso no Olímpico.
O advogado do Grêmio José Mauro Couto Filho participará da defesa de Pelaipe. Ele comentou o caso.
— A dificuldade da defesa é tentar convencer o auditor que, algumas vezes, o dirigente teria uma certa razão no que ele disse. É uma questão muito subjetiva. No segundo jogo com o Atlético-PR, o medo do Paulo acabou se concretizando. Ele adiantou o seu temor do Grêmio sentir algum tipo de retaliação — explica José Mauro.
O advogado diz que Pelaipe não ofendeu membros do tribunal
(auditores Renata Quadros e Alexandre
Quadros e o procurador-geral Paulo Schmitt).
— Podem ter sido críticas ásperas, mas não entendo como ofensa. Nós colocaremos que não houve desrespeito e sim uma crítica, que é algo aceito pela lei federal e pela liberdade de imprensa. Ele é réu primário, mas vai depender da avaliação de quem julga, já que na cabeça de cada auditor pode ter uma fórmula pronta de como um dirigente deve se comportar — completa.
Grêmio terá outros julgamentos nesta semana
O julgamento de Pelaipe será apenas o primeiro que o Grêmio tem pela frente nesta semana no STJD. Nesta quinta, o clube será novamente julgado pelos problemas no último Gre-Nal, no Olímpico, quando o árbitro Héber Roberto Lopes registrou em súmula que a torcida tricolor havia jogado rojões para dentro do gramado.
O Grêmio foi absolvido no primeiro julgamento, mas a procuradoria do STJD recorreu. Se condenado, o time pode perder o mando de
campo por até dez jogos.
Na sexta-feira, será a vez
de Tcheco e Eduardo Costa sentarem no banco dos réus do STJD por causa dos incidentes no jogo entre Grêmio e Atlético-PR, no dia 31 de outubro, na Arena da Baixada, em Curitiba.
O meia Tcheco foi expulso por ofender o árbitro Wágner Tardelli e pode ser suspenso de dois a seis jogos. O volante Eduardo Costa foi denunciado no STJD por ter agredido Claiton após o jogo e corre risco suspensão de 120 a 540 dias. Os jogadores podem desfalcar a equipe contra o São Paulo no domingo, às 18h10min, no Morumbi.
A defesa do Grêmio alegará que Pelaipe não ofendeu, mas fez "críticas ásperas"
Foto:
Arivaldo Chaves