| 01/12/2002 18h47min
As vendas do comércio na região oeste caíram em 2002 em função da crise enfrentada pela suinocultura. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Seara, Mauro Finco, estima uma redução média de 20% nas vendas nos últimos quatro meses.
Em alguns setores, como móveis, eletrodomésticos e vestuário a redução foi ainda maior, entre 35 a 40%. Dados da CDL indicam a dependência do município com a produção de suínos. Das 1,3 mil propriedades rurais, cerca de mil tem a atividade como principal fonte de renda.
Finco teme ainda um agravamento da crise, com maior queda nas vendas e demissões no comércio. Isso porque os suinocultores estão descapitalizados e mesmo que a situação melhore a curto prazo, levarão um tempo para se recuperarem.
Também para o presidente da Associação Comercial e Industrial de Seara, Jaime Casarotto, o pior está por vir. Casarotto avaliou que no início da crise os suinocultores ainda usavam suas reservas. Agora, a maioria está sem dinheiro. Casarotto teme que a atual conjuntura provoque uma onda de inadimplência no comércio local. O movimento já caiu entre 20 e 25%, segundo Casarotto.
A CDL de Xaxim informou que, em relação ao ano passado, houve queda de 12% em setembro, 16% em outubro e, 5,78%, em novembro. Para o presidente da entidade, João Tarciso Corso, entre 5 a 6% da queda é referente a crise na suinocultura. Já os números de setembro e outubro, Corso atribui a atrasos no pagamento da Chapecó Alimentos ocorrido no período, que tem grande impacto no comércio local.
Outro município bastante afetado pela crise é Xavantina, onde há 210 mil suínos para uma população de 4,4 mil pessoas. A atividade movimenta cerca de 90% da economia local. O empresário Doralino Lorenzet, dono de uma empresa de transportes, disse que o movimento econômico do município reduziu e deve reduzir ainda mais. Seu faturamento caiu cerca de 30%.