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As medidas acenadas pelo governo federal para amenizar a crise na suinocultura catarinense foram consideradas insuficientes pelos produtores, que se reuniram na terça, dia 3, em Brasília. A Federação da Agricultura de Santa Catarina (Faesc) teme que 10 mil suinocultores do Estado deixem a atividade nos próximos dois meses.
Durante a reunião, o governo anunciou que vai estudar a criação de uma linha de financiamento similar a que beneficiou os pecuaristas do Rio Grande do Sul durante o período de febre aftosa, com juros de 8,75% ao ano. A proposta ainda depende de aprovação pelo Conselho Monetário Nacional.
O secretário da Faesc, Enori Barbieri, criticou o financiamento proposto pelo governo federal. O setor reivindica uma linha nos moldes do Programa Nacional de Agricultura (Pronaf), com juros de 4,5% ao ano, com dois anos de carência e três anos para pagar. A proposta de crédito era de R$ 200 por fêmea em produção, o que significaria um aporte de R$ 80 milhões.
Além do financiamento, o governo pretende trabalhar em outras duas frentes: incentivo ao consumo e estimular a redução de ICMS no Estado. As propostas foram anunciadas pelo secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Célio Porto.
As medidas, porém, frustraram os suinocultores catarinenses. Eles se queixam da queda do preço pago pelo quilo da carne suína, que está abaixo do custo de produção, e da falta de milho para alimentação dos animais.
A única proposta que agradou os produtores foi a de discutir com a indústria e os supermercadistas formas de incentivar o consumo interno de carne suína. Há um excedente de 200 mil toneladas. Uma nova reunião foi marcada para a próxima quarta-feira, dia 11, quando será analisado o assunto.
KLÉCIO SANTOS / AGÊNCIA RBS