Um impasse com o assessor de futebol Éverton Padilha motivou o pedido de demissão do técnico Ivo Wortmann no Juventude. De acordo com o treinador, a decisão havia sido tomada por ele e guardada em segredo junto à direção desde a semana passada, quando houve uma reunião para tentar amenizar a crise.

– O presidente me pediu para ficar mais esse jogo. Fiquei em consideração a ele e à torcida que sempre me apoiou – disse Ivo logo após a derrota por 1 a 0 para o Corinthians, no Morumbi, na estréia do time no Campeonato Brasileiro.

O estopim da crise foram as duras críticas de Padilha ao trabalho do técnico após a decisão do Campeonato Gaúcho, na qual o Juventude perdeu o título para o Grêmio ao empatar em 3 a 3 em Caxias do Sul e ser goleado por 4 a 1 em Porto Alegre. Há tempos o dirigente discordava do trabalho do treinador.

– Esse desgaste não veio nesta última semana. Está acontecendo há muito tempo. Acho lamentável que isso tenha ocorrido – afirmou Alex Rech, do departamento de futebol.

A direção pretende contratar um novo técnico antes da segunda rodada do Brasileirão, no próximo sábado, contra o Paraná, no Alfredo Jaconi. O perfil profissional já foi definido: terá de ser um treinador adequado à realidade financeira do clube, que desenvolva um trabalho com as categorias de base e, principalmente, que privilegie o sistema defensivo do time.

– O mercado está escasso, mas temos que ter tranqüilidade – disse Rech.

Alguns nomes já começam a ser especulados. O sonho do Juventude é Tite. O ex-técnico do Grêmio, no entanto, é considerado fora dos padrões salariais do clube de Caxias do Sul. Luis Carlos Martins, Gilson Kleina, Waldemar Lemos, Nelsinho Batista, Wagner Mancini e Amauri Knevitz também foram citados.