| 01/05/2007 16h39min
Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça levantaram novas suspeitas contra o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Paulo Medina, investigado pela Polícia Federal por envolvimento com a máfia dos caça-níqueis. De acordo com informações da TV Globo e do site G1, ele teria antecipado o voto no julgamento de uma ação e orientado os advogados do réu.
Em dezembro do ano passado, o ministro teria conversado com o advogado Paulo Mello sobre um pedido de habeas-corpus para um diretor do Minas Tênis Clube, Fernando Furtado Ferreira, acusado de usar uma carteira de policial falsa em Minas Gerais. Na conversa, Paulo Medina teria pedido mais detalhes sobre o caso e informado que usaria, no julgamento do pedido de habeas-corpus, a tese de que Fernando Furtado Ferreira portava o documento, mas não se apresentou como policial. O ministro também teria alertado Paulo Mello para a importância de o advogado de Fernando Ferreira fazer a sustentação oral durante a sessão de julgamento no STJ.
O advogado do ministro, Antonio Carlos de Almeida Castro, disse que precisa ouvir as gravações telefônicas para fazer a defesa técnica. Afirmou ainda que isso não faz parte do processo da Operação Furacão. Para o advogado, não há nenhuma ilegalidade e não houve tráfico de influência, "apenas uma conversa com um advogado amigo".