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 | 30/04/2007 21h44min

Três presos na Operação Furacão negam acusações em depoimento

Suspeitos foram levados para Batalhão Especial Prisional depois de deporem

Mais três suspeitos de formação de quadrilha e corrupção presos durante a Operação Hurricane (Furacão, em inglês), da Polícia Federal, negaram nesta segunda-feira qualquer envolvimento com o esquema de propinas para conseguir decisões favoráveis da Justiça em relação a casas de bingos e ao funcionamento de máquinas caça-níqueis.

Belmiro Martins Ferreira, Licínio Soares Bastos e Laurentino Freire dos Santos prestaram depoimento na tarde desta segunda-feira na 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

O primeiro a ser ouvido pela juíza Ana Paula Vieira de Carvalho foi Belmiro Martins Ferreira, sócio de uma empresa que aluga máquinas para casas de jogos. Ele é suspeito de oferecer R$ 1 milhão a um desembargador pela liberação de 900 máquinas caça-níqueis que haviam sido apreendidas na operação.

Os outros dois suspeitos, Licínio Soares Bastos e Laurentino Freire dos Santos, foram ouvidos na seqüência. Eles são donos de uma casa de bingo em Niterói, região metropolitana do Rio, onde estavam as máquinas recuperadas por força de uma liminar.

Depois de depor, eles foram levados ao Batalhão Especial Prisional da Polícia Militar, onde cumprem prisão preventiva desde a última quinta-feira, quando foram de transferidos de Brasília para o Rio de Janeiro.

Segundo a Justiça Federal, os presos ouvidos hoje atuavam na organização criminosa desbaratada pela Operação Furacão como operadores das decisões tomadas pelos chefes do esquema. Beneficiários diretos da rede de corrupção montadas com ajuda de agentes públicos, eles contribuíam para o esquema com o dinheiro obtido a partir da exploração de jogos de azar.

Desde a semana passada até agora, foram ouvidos nove dos acusados no processo aberto em decorrência da Operação Furacão. Um dos acusados se recusou a falar e os outros oito se declararam inocentes. Outros 11 investigados vão depor até o próximo dia 7 de maio. Na próxima quarta-feira, será a vez de José Luiz da Costa, Ana Cláudia Rodrigues do Espírito Santo e Jaime Garcia Dias.

O primeiro é gerente da mesma casa de bingos cujos donos depuseram nesta segunda-feira. A segunda é secretária da Associação de Bingos do Estado do Rio de Janeiro (Aberj) e está sendo acusada de auxiliar no repasse mensal de propina destinada aos funcionários públicos que foram cooptados pela organização criminosa.

Jaime Garcia Dias é apontado como lobista e um dos principais articuladores entre os interesses das empresas ligadas a jogos de azar e membros do poder Judiciário.

AGÊNCIA BRASIL
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