| 30/04/2007 13h14min
A Justiça Federal ouve hoje, no Rio de Janeiro, mais três presos durante a Operação Furacão, da Polícia Federal (PF). Os acusados de envolvimento na máfia dos jogos vão prestar depoimento na 6ª Vara Federal Criminal do Rio.
O primeiro a ser ouvido será Belmiro Martins Ferreira, sócio de uma empresa importadora de peças de máquinas de jogos, acusado de oferecer R$ 1 milhão ao desembargador federal José Eduardo Carreira Alvim para liberar 900 máquinas caça-níqueis.
Na seqüência, a juíza Ana Paula Vieira de Carvalho tomará o depoimento de Licínio Soares Bastos e Laurentino Freire dos Santos, donos do Bingo Icaraí, localizado na cidade de Niterói, que teve máquinas recuperadas por meio de liminares.
Este é o terceiro dia de depoimentos, que começaram quinta da semana passada, quando foram ouvidos os advogados de três donos de bingos no Rio, suspeitos de chefiar o esquema de compra de liminares judiciais para permitir o funcionamento de casas de jogos e de
máquinas caça-níqueis. Os advogados
de Aniz Abrahão David, o Anísio, Ailton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, e Antonio Petrus Kalil, o Turcão, negaram envolvimento com jogos e o pagamento de propinas a juízes.
Na sexta, foi a vez de três dirigentes da Associação de Bingos do Estado do Rio (Aberj) prestarem esclarecimentos à Justiça: José Renato Granado Ferreira, Paulo Roberto Ferreira Lino e Júlio César Guimarães Sobreira. Eles são suspeitos de operacionalizar as decisões tomadas pelos chefes do esquema para beneficiar as casas de jogos. Durante a audiência, Julio César Guimarães Sobreira, sobrinho do Capitão Guimarães e secretário-geral da Associação dos Bingos do Rio de Janeiro, recusou-se a responder às perguntas. Os outros dois suspeitos negaram as acusações.
A seqüência de depoimentos deve terminar no dia 7 de maio, depois que os 17 acusados que estão presos no Rio forem ouvidos.