| 06/02/2007 18h18min
Ventos que variavam de rumo Norte a Oeste, de no máximo 5 nós de intensidade, impediram que o Pré-Pan de Vela, que está sendo disputado no Iate Clube do Rio de Janeiro, realizasse as duas regatas programadas para a tarde desta terça-feira. As três raias montadas na Baía de Guanabara ofereciam condições ainda piores que as registradas na sede do clube e os comissários de regata optaram pelo cancelamento das provas.
– Os ventos variaram muito durante todo o dia, tanto de velocidade como de direção. Em nenhum momento, tivemos condições de montar as bóias com alguma segurança para a realização das regatas. Esperamos até o último momento – disse Dionísio Sulzbeck, principal árbitro da competição.
Com isso, os velejadores aproveitaram o dia para descansar no clube. Ricardo Winicki, o Bimba, candidato à vaga na RS:X, até gostou da folga. Ele acordou com dores de garganta e temia um desempenho ruim na raia.
– Caiu bem essa folga. Mas é bom a gente se preparar, pois na época do Pan as condições de vento estarão bem parecidas com esta. A expectativa agora aumenta. Com as duas regatas, íamos ultrapassar a metade do campeonato – completou, referindo-se ao fato de o torneio ter 11 provas.
Para Maurício Santa Cruz, líder na J/24, a opção do cancelamento foi a melhor.
– Seria uma regata imprevisível, sem prevalecer a técnica dos competidores – disse Santinha.
Para George Rider, primeiro na Lightining, o vento estava fraco e a correnteza, forte.
– Não daria para competir – afirmou.
Robert Scheidt, da Laser, Bernardo Arnd, da HC-16, e Adriana Kostiw, da Laser Radial, dividiam uma mesa na varanda do Iate Clube no final da tarde. Os três apoiaram a decisão de não realizar as regatas com as condições oferecidas nas raias. Bernardo ressaltou que, como é uma seletiva, a competição exige capricho.
– A comissão de regata deve mesmo promover a disputa com as melhores condições possíveis. O descanso não vai atrapalhar o ritmo do torneio – garantiu.
O Pré-Pan de Vela terá obrigatoriamente 11 regatas. Com isso, não há previsão para o fim da competição. Tanto pode terminar neste sábado, se duas regatas forem disputadas por dia, como pode se estender para a próxima semana, caso as condições de vento não sejam suficientes para a realização das provas.
De acordo com o regulamento, o torneio terá dois descartes, ou seja, cada participante pode retirar de sua classificação os dois piores resultados. A instrução de regata, que regulamenta a competição, não determina o início da vigência do descarte. Assim, ele começou a valer, na prática, já a partir da terceira regata.
– Fazemos questão de realizar as 11 regatas porque achamos o número ideal para selecionar o representante brasileiro para o Pan. E os dois descartes também são importantes. Afinal, o velejador pode ter um acidente em uma ou duas regatas e depois se recuperar – comentou Walter Böddener, coordenador de seleções da vela brasileira.