O diretor do Organismo de Energia Atômica do Irã (OEAI), Gholam Reza Aghazadeh, disse hoje que seu país não cumprirá a resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que pedia que o Irã suspendesse o enriquecimento de urânio. Aghazadeh fez esta declaração em entrevista coletiva, após uma reunião com uma delegação de embaixadores do Movimento de Países Não-Alinhados (MPNA) que está em Teerã, informou a agência de notícias iraniana Isna.

Em 23 de dezembro de 2006, a ONU emitiu a resolução 1737, que exigia que Teerã suspendesse as atividades de enriquecimento de urânio no prazo de 60 dias.

– Do nosso ponto de vista, a resolução 1737 tem sérios problemas jurídicos e executivos. Por isso, desde o princípio, decidimos não aplicá-la – explicou o responsável do OEAI.

Além disso, Aghazadeh explicou que seu país "está disposto a preparar uma agenda de trabalho com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para resolver as questões pendentes".

Sobre a colaboração do Irã com a AIEA, o responsável iraniano garantiu que esta prosseguirá, já que o projeto aprovado pelo Parlamento iraniano só pede a suspensão da cooperação "com o que ultrapassa o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP)". Aghazadeh também se referiu ao relatório que o presidente da AIEA, Mohamed El Baradei, apresentará em breve sobre as atividades nucleares do Irã.

– A obrigação do Organismo é basear-se nos resultados das inspeções realizadas (no Irã), e anunciar que não houve nenhum descumprimento na colaboração do Irã com a AIEA – destacou.

Quanto à sua reunião com os embaixadores da delegação do MPNA, Aghazadeh explicou que este encontro tinha dois objetivos: explicar o programa nuclear iraniano desenvolvido nas centrais de Arak, Natanz e Isfahan, e deixar claro que tal iniciativa pertence a todos os países do mundo.

O grupo de embaixadores do MPNA visitou no sábado as instalações nucleares de Natanz, perto de Isfahan, no centro do Irã.

AGÊNCIA EFE