| 27/12/2006 11h23min
O parlamento iraniano aprovou nesta quarta as linhas gerais de uma lei que obriga o governo a revisar sua cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). O documento, aprovado por 167 dos 207 deputados presentes na reunião da Câmara, é uma resposta à recente adoção, pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), de uma resolução que ameaça o Irã com sanções caso seu programa nuclear não seja interrompido em 60 dias.
A lei precisa ser ratificada pelo Conselho de Guardiões da Revolução iraniana antes de sua aplicação. Não está claro ainda se o documento inclui medidas específicas contra a AIEA, como a suspensão das visitas sem aviso prévio que os inspetores do organismo internacional realizavam às instalações nucleares iranianas.
As autoridades de Teerã qualificaram de "ilegal" a resolução 1737 do Conselho de Segurança da ONU, apresentada por Reino Unido, França e Alemanha, e adotada por unanimidade no sábado passado. Em sua primeira reação, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, insistiu em que seu país tem direito de produzir energia nuclear com fins pacíficos e solicitou aos países ocidentais a se acostumarem a conviver com um "Irã nuclear".
Além disso, o principal negociador iraniano na área, Ali Larijani, assegurou que seu país começará a instalação de 3 mil centrífugas na central de Natanz, no centro do país, em resposta à resolução da ONU. Por sua parte, o Parlamento ameaçou a comunidade internacional com uma medida que obrigaria seu governo a retirar-se do Tratado de Não-Proliferação (TNP) nuclear caso as pressões para que Teerã suspendesse o enriquecimento de urânio continuem.
AGÊNCIA EFE