| 08/12/2006 19h45min
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse nesta sexta-feira que aceita o resultado da votação do Supremo Tribunal Federal (STF), que derrubou ontem a cláusula de barreira. Diferentemente do presidente do partido, senador Tasso Jereissati (CE), que chegou a declarar que o Congresso Nacional teria sido violentado pelo Supremo, Virgílio propôs que os presidentes e líderes partidários se reúnam, na próxima semana, para discutir a melhor forma de se reeditar a cláusula de barreira.
– Acho muito estranho que 10 ministros do Supremo estejam errados, ainda mais quando em outras matérias eles costumam divergir. Por isso aceito o placar e acho infantil se falar em crise de poderes. Se o Congresso não expressa sua vontade de maneira constitucional, não cabe à Corte Suprema outra alternativa do que dizer não – disse Virgílio. Na opinião do líder tucano, o debate sobre a reedição da cláusula de barreira, pela qual os partidos que não tivessem atingido 5% da votação nacional para deputado federal distribuídos em nove Estados perderiam o direito à sua representação parlamentar no Congresso, poderá deflagrar a retomada da discussão sobre a reforma política. Ele sugeriu, inclusive, que se recorra a uma interlocução entre o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), e a presidente do STF, Ellen Gracie. – Quem sabe se não nos precipitamos com essa decisão a tão aguardada reforma política, mas ela tem que acontecer sem atropelo da minoria. O Congresso pode aprovar uma lei para punir os desvirtuamentos (partido de aluguel, por exemplo), mas não vamos generalizar e punir partidos históricos que tiveram bom desempenho na eleição – sugeriu. AGÊNCIA O GLOBO