| 30/11/2006 10h46min
O Inter descartou a possibilidade de destruir o Beira-Rio e construir um novo estádio. A idéia é reformar a casa do time. As obras devem estar todas concluídas até dezembro de 2008. Assim que estiver pronto, o complexo passará a dar um lucro de R$ 2 milhões mensais ao clube.
O patrimônio sustentará o futebol. Os dirigentes têm convicção de que o Beira-Rio será o estádio escolhido pela Fifa em Porto Alegre como sede de um dos grupos da Copa do Mundo de 2014. Ao final da temporada 2003, o Colorado concluiu que não havia necessidade de colocar o Beira-Rio abaixo e erguer uma arena no lugar. O projeto foi aprovado pelo Conselho e as obras tiveram início.
Pedro Affatato, atual vice de patrimônio do Inter e futuro 1º vice-presidente do clube, lembra que o estudo de viabilidade concluiu que seria mais barato reformar o Beira-Rio do que construir um novo estádio. O clube recebeu cerca de 20 propostas de grupos italianos, portugueses, espanhóis, holandeses e alemães para erguer o novo Beira-Rio. Todos os projetos tinham como custo mínimo R$ 120 milhões. O projeto para remodelação do estádio custará R$ 50 milhões.
– Caso aceitássemos a oferta, perderíamos a nossa independência, pois todos que desejam investir acabam querendo recuperar o dinheiro através do futebol e da venda de nossos jogadores – afirmou Affatato.
– Por isso, resolvemos construir com recursos próprios – completou.
Primeiro, foi a pintura do estádio, depois, os projetos que mexiam com a infra-estrutura, reforma de banheiros, bares, e construção de camarotes. Só esses empreendimentos, mesmo que concluídos em parte, já fizeram com que o déficit mensal para a manutenção do Beira-Rio caísse de R$ 400 mil para R$ 150 mil mensais. A partir de abril, com a inauguração do Galpão Crioulo – uma espécie de centro de eventos multiuso, com capacidade para 1,7 mil pessoas sentadas –, o complexo já passará a dar lucro.
A partir de janeiro, terão início as obras do novo museu, de três andares, erguido na frente do campo suplementar. A construção de 28 novos camarotes (no lugar das atuais cabines de imprensa) e de cem novas posições para emissoras de TV, de rádio e repórteres de jornais (que serão feitas ao lado das tribunas de honra, no estilo de pulpitres, como nos estádios de Copa do Mundo). Em março, as quatro torres que sustentarão a cobertura do Beira-Rio, semelhante à do Estádio Olímpico de Berlim, começarão a ser construídas.
LEANDRO BEHS / ZH