| 26/10/2006 08h04min
Enquanto PL, PTB, PPS e PV articulam com outros partidos fusões e incorporações para superar as limitações impostas pela cláusula de barreira, outras legendas garantem que não vão usar este recurso. É o caso do P-Sol e do PCdoB, que pretendem apenas lutar para que seus parlamentares não percam representatividade e admitem, no máximo, formar um bloco parlamentar.
– O caminho é o bloco parlamentar – diz o deputado Chico Alencar (P-Sol/RJ), que vê possibilidade de acordo com o PCdoB e o PV, que elegeram 13 deputados cada um – com os 3 do P-Sol, seriam 16. Segundo ele, a idéia é deixar os parlamentares desse futuro bloco livres para votar como quiserem quando houver divergências. O PCdoB, no entanto, avisa que essa discussão não ocorreu até o momento e que só vai cuidar do assunto depois do segundo turno da eleição presidencial. O presidente do partido, Renato Rabelo, faz uma ressalva no que se refere ao partido da senadora Heloísa Helena, especificamente. – Para formar bloco com outro partido, tem de haver uma plataforma comum. Pelo que sei, o P-Sol tem posições que revelam contrariedade ao governo Lula, enquanto o PCdoB é aliado há muito tempo – explica Rebelo. Segundo ele, o bloco parlamentar é uma forma prática de contestar a cláusula de barreira. Tanto o PCdoB quanto o P-Sol dizem se preocupar apenas com o prejuízo para a atuação dos parlamentares, e não com a verba do fundo partidário e as inserções na televisão. Sobre o prejuízo financeiro e televisivo, Chico Alencar diz não ver problema porque o P-Sol “não prioriza isso”. O deputado alega que o partido já dispõe de pouco tempo na TV e dinheiro, mas mesmo assim conseguiu fazer uma campanha nacional. Alencar diz aprovar os acordos que outros partidos estão fazendo. – Os partidos de aluguel estão se fundindo. Acho bom que muitos desapareçam mesmo. Para ele, vão sobrar só os que atenderem aos requisitos da cláusula de barreira e “mais um ou outro, mais ideológicos”. O PMN não pretende fazer fusão, a princípio. – Recebemos muitas propostas [não quis revelar quais], mas não temos interesse em ser sócio minoritário. Minha preocupação é com os [deputados] que não foram eleitos, dos eleitos eu espero lealdade. O partido tem que sobreviver, é com ele que me preocupo – explicou a secretária nacional do partido, Telma Ribeiro. O presidente do PTC, Daniel Tourinho, considera prematuro fazer fusão. O ideal, para ele, seria unir-se com o PSC, outro partido de ideologia cristã, mas não seria suficiente para superar a barreira. O PSC está prestes a se unir com o PV. AGÊNCIA O GLOBO