| 22/09/2006 09h53min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à reeleição, condenou nesta sexta-feira o envolvimento de petistas no escândalo da compra de dossiês contra tucanos. Lula citou os nomes de Osvaldo Bargas e Jorge Lorenzetti, suspeitos de participação no esquema. Segundo a Época, os dois ofereceram um dossiê à revista.
– O Bargas trabalhava no Ministério do Trabalho. O Lorenzetti não tinha participação no governo. Eles foram contratados pelo partido para fazer o serviço de inteligência. E provou que o serviço não era tão inteligente como se pensou que era – ironizou Lula, em entrevista à rádio CBN. Segundo o presidente, "não é possível que pessoa honesta faça negócio com bandido": – Penso que essas pessoas se arvoraram no direito que podiam fazer bem a alguém colocando na sua vida pessoal uma prática política condenável. Não é possível que pessoa honesta faça negócio com bandido. Essa história do Vedoin está rolando há meses. Não imagino como alguém possa pensar que o Vedoin fosse fazer algo que pudesse beneficiar uma candidatura do PT. Lula também comentou a participação do diretor de Gestão de Risco do Banco do Brasil, Expedito Afonso Veloso, já afastado do cargo. O presidente disse que seu comportamento beira a "imbecilidade". – É inexplicável que um homem com 20 e poucos anos de carreira no Banco do Brasil tenha jogado tudo isso fora por um movimento que raia a imbecilidade. Quem afastou o cidadão foi a própria direção do Banco do Brasil – afirma. Lula da Silva também considerou equivocada a comparação feita pelo presidente do TSE, Marco Aurélio Mello, do escândalo do dossiê com o caso Watergate, que resultou na renúncia do então presidente americano Richard Nixon nos anos 60. – Não tem nada a ver com Watergate. O presidente do TSE falou isso num momento indevido. No outro caso, você tinha governo que tinha mandado espionar a sede de um partido político. Nesta, um grupo de pessoas que não fazem parte da direção do partido, que estavam trabalhando temporariamente, no departamento da campanha, resolveram comprar um dossiê. Sou duas coisas distintas, mas absolutamente condenável. AGÊNCIA O GLOBO