| 22/09/2006 09h33min
No dia 1º de outubro, 5.146 candidatos deverão concorrer a uma das 513 vagas da Câmara dos Deputados. A concorrência é a maior da história, superando 10 candidatos por vaga, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O Estado do Rio de Janeiro tem a maior concorrência, com 16 candidatos por vaga. A menor está na Bahia, com pouco mais de cinco candidatos por vaga.
Para o professor de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB) David Fleischer, a representação diferenciada definida pela Constituição é um dos motivos da alta concorrência verificada em alguns Estados. Em São Paulo, por exemplo, há mais de 14 candidatos por vaga. – São Paulo é um Estado sub-representado. Deveria ter 120 deputados, mas tem só 70 vagas. Nos Estados do Amapá, Roraima e Acre, onde deveria ter um deputado, tem oito vagas – explica. Outro motivo para o aumento da concorrência é que os pequenos partidos apresentaram mais candidatos para terem mais votos. O objetivo é se adaptar à cláusula de barreira, que aumentou o número de votos necessários para que os partidos tenham funcionamento parlamentar. David Fleischer estima que haverá uma renovação de 60% a 65% da Câmara após as eleições, sendo que o PMDB ficaria com a maior bancada. Atualmente, o PMDB é a segunda bancada, com 78 deputados. A maior bancada é do PT, com 81 parlamentares. Para Fleischer, por causa dos escândalos políticos, o PT passaria a ter, no máximo, 55 deputados. O professor Fabiano Santos, do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), avalia, no entanto, que o PT continuará com a maior bancada na Câmara, podendo aumentar o número atual. Já o PMDB, que não tem candidato a presidente, perderia vagas. Para elaborar essa estimativa, ele utilizou o total de votos alcançados pelos partidos nas últimas eleições e as votações para presidente da República. Santos explica que, desde a década de 90, se observa uma estabilização nas preferências dos eleitores por partidos, no caso de votações para o Legislativo. Ele disse ainda que os deputados eleitos pelo PSDB e pelo PT foram beneficiados pelas candidaturas a presidente da República que tiveram.u AGÊNCIA CÂMARA