| 21/07/2006 23h51min
O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, advertiu hoje que uma invasão israelense no Líbano terá graves conseqüências para a paz na região. Em entrevista ao programa Larry King Live, da rede de televisão norte-americana CNN, Annan afirmou que uma operação militar desse tipo "aumentará a resistência e deixará a luta ainda mais intensa".
Enquanto Annan dava a entrevista, tropas israelenses se alinhavam na fronteira com o Líbano, no que parecia ser o preparativo para uma iminente invasão. O secretário-geral da ONU assinalou que não restava dúvidas de que a situação foi desencadeada pelo seqüestro de dois israelenses realizado pela guerrilha libanesa xiita Hisbolá. No entanto, Annan afirmou que a reação do Estado judeu diante dessa ação foi desproporcional.
– O intenso bombardeio da estrutura do Líbano é um castigo para todos os libaneses, castiga o povo do país, e criar o colapso de seu governo é uma ação grave – disse.
Annan indicou que o problema criou uma situação humanitária que será ainda mais grave caso o conflito se prolongue por mais de 10 dias. A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, anunciou hoje que viajará ao Oriente Médio para tentar mediar a crise na região e que se deslocará a Roma para analisar a situação com seus aliados europeus e árabes. Rice explicou que o objetivo de sua visita à região e de seus contatos com os aliados dos EUA na Europa e na área de conflito é contribuir para criar as condições para "a estabilidade e a paz duradoura".
Em conversa com jornalistas, a secretária de Estado americana reiterou a posição dos Estados Unidos de não fazerem um pedido pelo cessar-fogo imediato, porque isto seria uma "falsa promessa" e uma espécie de garantia para futuras ondas de violência.
Na entrevista à CNN, Annan assegurou que não existe uma divergência entre sua postura e a dos Estados Unidos no tocante à busca de uma solução a longo prazo para os constantes problemas no Oriente Médio. O secretário-geral disse que em vez de um cessar-fogo, a suspensão das hostilidades permitiria ajudar a resolver a situação humanitária existente no Líbano como resultado dos ataques israelenses.
AGÊNCIA EFE