| 11/07/2002 21h22min
Pelo menos 1,5 mil funcionários do Besc podem começar a limpar as gavetas. O presidente do banco, Natalício Pegorini, confirmou nesta quinta-feira, dia 11, a retomada do Plano de Dispensa Incentivada (PDI).
Na prática, as demissões só devem começar no dia 31, um dia depois da reunião dos acionistas. Pegorini lembrou que a lista de dispensas pode ser ampliada em mais 500 pessoas ainda neste semestre.
O sinal verde foi dado na noite de quarta-feira, dia 10, pelo Banco Central ao presidente do Besc. O PDI só será retomado porque o BC aprovou a capitalização em R$ 366 milhões para cobrir o rombo nas contas da Fundação Codesc de Seguridade Social (Fusesc) e o redirecionamento de R$ 400 milhões que seriam usados no Besc Crédito Imobiliário (Bescri) e em tecnologia para liquidar as indenizações para quem deixar o banco. Esta mudança de destino do dinheiro terá que ser aprovada ainda pelos acionistas.
O BC fez na quarta-feira à noite o que deveria ter feito há três semanas, quando suspendeu a capitalização e, conseqüentemente, barrou as dispensas. Há apenas uma diferença. Na época, explicou o presidente Natalício Pegorini, a capitalização seria de R$ 450 milhões. O montante agora é de R$ 366 milhões. As rescisões de contrato serão pagas com dinheiro da Bescri.
Pegorini explicou que há dois passos para que o PDI saia de vez da gaveta. Além da reunião nesta sexta-feira, dia 12, às 9h, no Centro Administrativo, no bairro Saco Grande, em Florianópolis, com o presidente do Conselho de Administração, Alberto Paes, é necessário que o redirecionamento seja aprovado pela maioria dos acionistas. A assembléia extraordinária está marcada para dia 30 deste mês, na Capital.
Esta é a segunda vez que Pegorini anuncia o PDI. No dia 19, uma lista de 1,5 mil nomes passeou pelos computadores da rede interna do banco anunciando a primeira leva de dispensados. Um dia depois, o presidente teve que suspender o plano por determinação do BC.
– É claro que o recuo fez o plano perder credibilidade, mas continuo acreditando no processo – afirmou Pegorini.
NÉIA PAVEI / DIÁRIO CATARINENSE