| 03/07/2006 10h53min
Último jogador a integrar a Seleção Brasileira, que caiu nas quartas-de-final da Copa da Alemanha, o volante Mineiro voltou a São Paulo apontado por alguns jornalistas e torcedores como homem ideal para anular Zinedine Zidane. Ele não aderiu ao choro, mas reconheceu que permitiram ao francês fazer o que bem entendesse com a equipe de Carlos Alberto Parreira.
– A gente sabe que ele teve um pouco de liberdade para criar jogadas ofensivas – admitiu Mineiro, que assistiu comportado ao passeio de Zizou do banco de reservas.
– Eu estava ali para fazer parte do grupo e dar meu melhor naquilo que fosse solicitado. O Brasil tinha plenas condições de passar mesmo sem minha presença. O Parreira procurou fazer o melhor para o time – inocentou.
Ao lado do zagueiro Cris e do lateral-direito Cafu, Mineiro foi um dos três dos nove jogadores que desembarcaram no Aeroporto de Cumbica. Ao sair pelo portão principal, encontrou um clima oposto àquele de quando viajou para Alemanha como substituto do cortado Edmílson.
– Esse sim é campeão mundial – um torcedor apontou para o são-paulino, enquanto recaía sobre o veterano Cafu o peso da eliminação.
O capitão da seleção brasileira, aliás, discordou de Mineiro sobre a liberdade dada a Zidane.
– Ele passou a Copa inteira sem saber se jogava ou não jogava. Porque ele fez aquele jogo com a Seleção Brasileira todos dizem que ele merecia uma marcação especial. De repente, se ele não tivesse feito nada, ninguém ia estar falando isso – acusou Cafu.
De qualquer forma, Mineiro não quis ficar se lamentando pela desatenção a Zidane:
– Precisava ser no momento. Depois, não adianta procurar argumentos ou desculpas pelo que aconteceu – ressalvou o são-paulino, que, tendo frustrado o sonho do hexacampeonato mundial, vai agora tentar ser tetra com o Tricolor.
– Futebol é uma lição de vida, muito dinâmico. Acaba a Copa e cada um volta para seu clube – lembrou.
GAZETA PRESS