| 13/12/2005 08h46min
O G20 não mudará suas posições na reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), que começou hoje em Hong Kong, até que as nações ricas façam concessões na agricultura.
Os ministros dos países do G20 apresentaram uma declaração conjunta na qual insistem na necessidade de os países desenvolvidos cederem mais na agricultura durante a reunião da OMC, que é realizada nesta semana para avançar na Rodada de Doha para a liberalização comercial.
– Está claro que a concessão deve ser feita pelos países desenvolvidos – assinalou o novo ministro de Exteriores argentino, Jorge Paiana, que apresentou a declaração, entre outros, junto com o chanceler do Brasil, Celso Amorim, e com os ministros do Comércio da Índia, Kamal Nath, e da África do Sul, Malisi Mpahlwa.
"As maiores distorções estruturais no comércio internacional ocorrem na agricultura, mediante a combinação de altas tarifas, apoio ao setor doméstico e subsídios à exportação, que protegem os agricultores não eficientes dos países desenvolvidos", assinala a declaração.
"O G20 está preparado para negociar sobre agricultura aqui em Hong Kong. Esperamos que os outros estejam preparados para fazer o mesmo", acrescenta.
Para isso, o grupo anunciou a apresentação de uma série de propostas aos países desenvolvidos que "buscam a eliminação de toda forma de subsídios à exportação para 2010".
"Como a agricultura é o motor das negociações, o G20 espera que os ministros consigam estabelecer as bases em Hong Kong para fazer progressos", motivo pelo qual "deveriam chegar a um programa de trabalho em agricultura claro e específico para 2006", conclui.
Os responsáveis pelo G20 apresentaram sua posição no Centro de Convenções de Hong Kong, horas antes do começo das negociações da cúpula da OMC sobre a Rodada de Desenvolvimento de Doha.
Os 149 membros da OMC tentam progredir nas discussões da rodada, lançada há quatro anos na Capital catariana, com o objetivo de que terminem em 2006.
O G20 é formado por 21 países africanos, asiáticos e latino-americanos, entre eles Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Cuba, Guatemala, México, Paraguai, Uruguai e Venezuela, que representam 60% da população mundial e 26% das exportações agrícolas no planeta.
AGÊNCIA EFE