| 12/12/2005 11h10min
Os países da Organização Mundial do Comércio (OMC) iniciam amanhã, em Hong Kong, uma conferência ministerial, cujo principal objetivo é tentar liberalizar setores, como a agricultura, e reduzir taxas para beneficiar a economia global, sobretudo os países em desenvolvimento. No entanto, as divergências são tão grandes que esse objetivo maior pode estar ameaçado.
– Aproveitaremos a ocasião para construir uma plataforma para as negociações do ano que vem. Temos pouco tempo e muito o que fazer – afirmou nesta segunda-feira o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy.
Lamy insiste ser necessário que, no início de 2006, os acordos sobre o comércio de produtos agrícolas e industriais já estejam concluídos.
No entanto, as profundas divergências entre os países em desenvolvimento e desenvolvidos - inclusive nestes últimos - sobre as reduções a serem aplicadas sobre os subsídios agrícolas, as ajudas à exportação e o nível de abertura dos mercados dos produtos agrícolas, assim como essa mesma abertura no capítulo de bens industriais, já obrigaram a cortar a lista dos objetivos iniciais.
Sobre a mesa de negociação está o projeto de declaração ministerial, adotado em Genebra no início do mês pelos chefes de delegação e que constitui a base dessas conversações.
– O importante é deixar Hong Kong com o sentimento de ter obtido algo claro e real que permita o fim da negociação em 2006 – afirmou o comissário europeu de Comércio, Peter Mandelson.
Acrescentou, no entanto, que as dificuldades persistem nas três principais áreas de negociação, como a agricultura, acesso aos mercados para os bens industriais e de serviços.
Além disso, insistiu que, desta reunião, marcada por expectativas baixas, dadas as profundas divergências entre países desenvolvidos e em desenvolvimento em quase todos os pontos, "tem que sair também as fórmulas para que todas as modalidades de negociação sejam aprovadas em 2006".
Por sua vez, o representante de Comércio dos EUA, Rob Portman, disse esperar que a reunião "seja um exercício produtivo, no qual se solidifiquem os ganhos que já obtivemos e que as atenções estejam voltadas para que o fim da Rodad de Doha ocorra em 2006".
Segundo ele, as negociações dessa rodada têm pouco tempo pela frente, lembrando que, no caso dos EUA, o prazo no qual expira a Autoridade de Promoção Comercial, conhecido como "fast track", é junho de 2007.
AGÊNCIA EFE