| 05/06/2003 09h58min
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, prometeu nesta quinta, dia 5, revelar a verdade sobre as armas de destruição em massa do Iraque, que até agora não foram encontradas e colocaram o premiê britânico, Tony Blair, seu principal aliado de guerra, em situação difícil.
Mas Bush deu indícios de que a busca pode ser longa e difícil. Ele e seus principais assessores afirmam que a descoberta de dois laboratórios móveis de armas biológicas prova a culpa de Saddam Hussein e alegam que as armas propriamente ditas foram bem escondidas, destruídas ou removidas antes da guerra.
– Esse é um homem que passou décadas escondendo ferramentas de assassinato em massa – disse Bush em discurso para tropas norte-americanas na base do Catar que funcionou como centro de operações de combate durante a guerra no Iraque. – Ele sabia que os inspetores estavam procurando. Vocês sabem melhor do que eu que ele tem um país grande onde pode escondê-las. Estamos na busca. Vamos revelar a verdade.
Bush escapou em grande parte de problemas políticos domésticos, mesmo com a ausência de provas conclusivas de que Saddam tinha armas químicas e biológicas.
Mas o principal aliado de Bush, Tony Blair, não teve a mesma sorte. O gabinete de Blair negou uma reportagem da BBC afirmando que o primeiro-ministro mudou um relatório de inteligência sobre as armas para torná-lo "mais sexy''. O texto dizia que as armas de Saddam poderiam ser empregadas em combate 45 minutos depois da ordem de uso.
Tanto o Congresso dos EUA quanto o Parlamento britânico estão se movimentando para criar CPIs sobre a validade da informação de inteligência sobre a ameaça das armas iraquianas, que serviu como justificativa para a ação militar. No discurso desta quinta, Bush enfatizou aos soldados que a guerra libertou o Iraque de um ditador cruel.
– O mundo está conhecendo agora o que muitos de vocês viram. Eles estão conhecendo as valas comuns, milhares de pessoas executadas sumariamente.
O presidente também reuniu-se com o general Tommy Franks, comandante da central de operações durante a guerra, e com Paul Bremer, administrador norte-americano no Iraque. Além deles, Bush encontrou-se com o emir do Catar, xeique Hamad bin Khalifa al-Thani e agradeceu a ele por ter permitido que os norte-americanos coordenassem a guerra no Iraque a partir do país. Bush esteve na Polônia, Rússia, França, Egito e Jordânia nesta viagem. Ele já embarcou para os EUA.
As informações são da agência Reuters.
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