O porta-voz do serviço secreto paquistanês (ISI), Zafar Iqbal, afirmou nesta quinta-feira à Agência Efe que o "Paquistão não está envolvido nos atentados de Mumbai" e criticou as autoridades indianas por "constantemente acusarem o Paquistão de estar por trás" de ataques do tipo.

— Se (as autoridades indianas) têm alguma prova clara de que o Paquistão está envolvido, que façam chegar a nós. Mas elas não fazem isso porque não essas provas não existem — acrescentou.

Iqbal também disse que "o contato direto e a troca de informações entre os serviços de inteligência de ambos os países são impossíveis hoje em dia".

Cooperação antiterrorista

Na quarta-feira, o ministro de Assuntos Exteriores do Paquistão, Shah Mehmood Qureshi, sugeriu esse intercâmbio a seu colega indiano, Pranab Mukherjee, com o intuito de melhorar a cooperação antiterrorista, destaca um comunicado do governo paquistanês divulgado nesta quinta-feira.

— Há muita desconfiança. Ontem, (a Índia) aceitou cooperar mais, mas um dia depois retoma suas acusações. Que tipo de acordo pode se conseguir com esta gente? — questionou hoje o porta-voz do ISI.

Iqbal disse ainda que o Paquistão, "sim, tem provas de que a Índia está envolvida" em ações desestabilizadoras "em território" paquistanês.

— E também há oficiais de inteligência indianos, fanáticos hindus, que estão apoiando massacres e mortes de muçulmanos na Índia — acrescentou o porta-voz.

Já seu colega do Ministério do Interior, Shahidullah Baig, também negou qualquer implicação do Paquistão nos atentados que ontem à noite deixaram pelo menos 119 mortos e 315 feridos na capital financeira da Índia.

— O Paquistão não tem nada a ver com este trágico fato. Não nos chegou nenhuma informação a respeito — disse Baig.

Hoje, um alto oficial das Forças Armadas indianas confirmou que um paquistanês foi detido por sua relação com os ataques e que os outros terroristas envolvidos nos atentados "parecem ser paquistaneses".