| 10/09/2005 16h32min
Enquanto prosseguem as tarefas de ajuda às áreas destruídas pelo furacão Katrina, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, cuja popularidade foi muito abalada pela tragédia, apelou ao espírito de união gerado pelos atentados do 11 de setembro de 2001 e disse acreditar que a crise será superada.
Bush tem planejados para amanhã atividades de memória do quarto aniversário dos atentados, após as quais viajará pela terceira vez aos Estados de Mississippi e Louisiana, ambos atingidos pelo furacão.
Em pronunciamento, o presidente afirmou que "em momentos como estes, a melhor arma é a compaixão dos americanos. Nem a tempestade mais destruidora pode debilitar o coração e a alma do país".
– Os Estados Unidos irão superar esta crise e nós sairemos mais fortes disso tudo – afirmou Bush, que nesta semana falou quase diariamente sobre o furacão, após ter sido acusado de reagir com lentidão a um dos piores desastres naturais da história do país.
Como resposta às críticas, foi afastado o diretor da Agência Federal para a Gestão de Urgências (Fema), Michael Brown, responsável pela coordenação dos trabalhos de emergência no local.
O vice-presidente Dick Cheney tem reunião prevista para este sábado com os desabrigados pelo desastre em Houston (Texas).
As últimas pesquisas indicam que a popularidade de Bush também sofreu um duro golpe com a crise. Uma enquete elaborada pelo Instituto Ipsos, divulgada neste sábado, indicava que a aprovação presidencial está em 39%, enquanto dois terços da população considera que o país está sendo mal conduzido.
Bush não fez menção às críticas, e preferiu lembrar o espírito de unidade nacional vivido após os atentados do 11/9, uma estratégia a que recorreu em todos os momentos em que se viu acuado.
Com os atentados, o presidente chegou a ter índices de aprovação que alcançavam 83% e deram a Bush a imagem de um líder que cresce perante as dificuldades e não hesita em tomar decisões difíceis.
– Hoje, os EUA enfrentam outro desastre. Desta vez, a devastação não foi causada por homens mal intencionados, mas pela fúria da água e do vento – disse o presidente.
Em Nova Orleans continuam os trabalhos de resgate dos corpos, embora os funcionários já afirmem que o número de mortos não será tão alto como se tinha previsto. O prefeito da cidade, Ray Nagin, havia calculado que o número de mortos poderia chegar a 10 mil. Foram preparados cerca de 25 mil sacos para cadáveres na região.
Nagin ordenou a evacuação da cidade, mas as autoridades policiais afirmaram que a prioridade atual é localizar os corpos, uma vez que as operações de resgate dos sobreviventes já foram concluídas. Somente após se completar a operação de busca de cadáveres se fará a evacuação da cidade. Até o momento já foram confirmadas mais de 300 mortes nos três Estados atingidos pelo furacão, e mais de um milhão de pessoas ficaram desabrigadas.
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