| 09/09/2005 20h33min
Equipes de legistas estão trabalhando na identificação dos mortos pelo furacão Katrina. Caminhões refrigerados transportam os corpos para uma grande embarcação utilizada como necrotério, que está em frente à prefeitura da cidade rural de St. Gabriel, na Louisiana. A imprensa foi proibida de entrar no local.
– São pessoas, não corpos – disse um oficial do Departamento de Segurança Nacional, identificado apenas como Fisher.
O furacão, que há doze dias atingiu os estados da Louisiana e do Mississippi, deixou um número ainda não determinado de mortos. Os corpos recolhidos nas ruas e edifícios inundados de Nova Orleans são levados para o necrotério de St. Gabriel, a 85 quilômetros. O governo federal impôs uma atitude de extrema solenidade na área em torno do galpão, onde equipes de legistas examinam os corpos e guardam dados genéticos e físicos que permitam a identificação das pessoas.
A identificação direta é quase impossível. Os corpos que permanecem na água por mais de 48 horas ficam inchados, os rostos se tornam irreconhecíveis e a pele escurece. Tudo o que os legistas podem fazer é recolher dados dentários e amostras de tecidos que são guardadas para uma futura identificação através de exames de DNA.
St. Gabriel fica longe da estrada principal que corta a região, e o único tráfego para o lugar é de caminhões frigoríficos e veículos de jornalistas. As pessoas que buscam notícias de familiares ou amigos perdidos devem se conformar em tentar ligar para a central de informações da região.
Após a passagem do furacão, houve a ruptura dos diques que faziam a contenção das águas do lago Pontchartrain – acima do nível da cidade, o que deixou desamparadas cerca de 60 mil pessoas que não conseguiram sair de Nova Orleans a tempo.
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