A seca que atinge as principais regiões produtoras de soja do Brasil está ajudando a empurrar o preço do grão para cima. A cotação do produto no mercado internacional subiu 25% nos últimos 30 dias na Bolsa de Mercadorias de Chicago.

Com a estiagem no sul do país a produção brasileira de soja deve cair entre 10 e 12 milhões de toneladas, segundo estimativas de consultorias do setor. Nos dois Estados mais afetados pela seca, o Rio Grande do Sul e o Paraná, as perdas da soja já atingem, respectivamente, 60% e 16,3%.

A alta de 25% verificada na Bolsa de Mercadorias de Chicago na última semana ainda não foi acompanhada pelo mercado interno brasileiro, onde a soja atingiu valorização máxima de 18% nos últimos dias. Especialistas consideram a reação do preço da soja relativamente modesta, porque há uma grande oferta da commodity nos Estados Unidos, que neste ano produziu 85,5 milhões de toneladas.

A expectativa do mercado se volta agora para a divulgação do primeiro relatório, no final deste mês, sobre a safra americana 2005/2006, que começa a ser semeada daqui a dois meses. A cotação da soja dependerá de fatores como a incidência da ferrugem asiática, já presente em alguns Estados norte-americanos, e problemas climáticos. Caso não ocorra nenhum indicativo de problema por lá que reduza a colheita, a tendência é que a cotação do produto volte a cair, segundo as consultorias do setor.