| 28/02/2005 15h04min
As perdas provocadas pela estiagem na soja de ciclo semi-tardio e tardio na região sul de Mato Grosso do Sul são próximas de R$ 350 milhões, segundo estimam entidades que acompanham a evolução da lavoura. De acordo com a previsão da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Dourados e da Embrapa Agropecuária Oeste, as variedades já registram 40% de perda.
A região sul do Estado responde por 60% da produção de Mato Grosso do Sul, que estava estimada em 5 milhões de toneladas na safra 2004/2005. As perdas devem representar 840 mil toneladas do grão, o equivalente a 14 milhões de sacas. Com a cotação da saca a R$ 25 (preço pago atualmente), o prejuízo chega aos R$ 350 milhões.
O supervisor da área de Negócios e Tecnologia da Embrapa Agropecuária Oeste, André Luiz Melhorança, diz que a situação entre os produtores é de desânimo. Grande parte da soja a ser colhida é de grãos pequenos e verdes, que dificultam o processamento da indústria e desvalorizam o produto.
A reação no preço da soja que era esperada ainda não surtiu efeito, conforme o pesquisador. Há uma perspectiva de melhora porque a estiagem não atingiu somente o Mato Grosso do Sul, mas lavouras do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Goiás. Melhorança afirma que as últimas chuvas que têm caído são isoladas e a essa altura as águas não são capazes de reverter o quadro de perdas.
Este é o segundo ano consecutivo em que os agricultores sul-mato-grossenses são assolados pela estiagem. No ano passado as perdas foram calculadas em cerca de R$ 700 milhões. A soja é o carro-chefe das exportações de Mato Grosso do Sul, ao lado da carne bovina.
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