| 25/02/2005 17h03min
A Emater concluiu nesta semana um novo levantamento sobre o impacto da estiagem nas culturas agrícolas do Rio Grande do Sul. A situação da soja agravou-se na última semana em função das altas temperaturas, da forte insolação e dos ventos constantes, somados à ausência de chuvas. A maior parte das lavouras (91%) encontra-se em fase de floração e em enchimento de grãos, períodos em que os danos provocados pela deficiência hídrica são praticamente irreversíveis.
Os dados do primeiro levantamento sobre as condições da cultura indicam uma produtividade média de 1,3 mil quilos por hectare (kg/ha), apontando uma produção de 5,376 milhões de toneladas em uma área de 4,135 milhões de hectares. A redução em relação às estimativas iniciais (2.007 kg/ha e 8,3 milhões t) é de 35,23%. O levantamento leva em conta informações coletadas entre os dias 15 e 23 de fevereiro em 237 municípios, o equivalente a 71% da área plantada. Os técnicos da Emater/RS avaliam que os números devem mudar no decorrer do ciclo produtivo, tendo em vista os prognósticos climáticos que indicam chuvas esparsas e de pouca intensidade nos próximos dias.
Em relação ao arroz, a preocupação dos produtores é quanto à capacidade de irrigação dos reservatórios, rios e arroios. O primeiro levantamento sobre a cultura indica um rendimento médio de 5.536 quilos por hectare, 3,42% menor do que o estimado no início da safra. A produção estadual de arroz deve ficar em 5,59 milhões de toneladas em uma área de 1,009 milhão de hectares. As estimativas inicias de produção e produtividade eram de 5,78 milhões de toneladas e 5.732 quilos por hectare, respectivamente.
A colheita da primeira safra de feijão no Rio Grande do Sul está encerrada, com perdas elevadas sobre as estimativas iniciais de produção. A produtividade média ficou em 673 quilos por hectare, uma redução de 37,04% em relação ao esperado. A produção é de 66,5 mil toneladas em 98,8 mil hectares. As regiões administrativas da Emater/RS-Ascar que tiveram maiores reduções são Pelotas (55,57%), Porto Alegre (54,8%), Erechim (51,8%), Caxias do Sul (49,7%), Estrela (45%) e Passo Fundo (27,7%). Apenas 25% da área tradicionalmente cultivada na segunda safra de feijão está plantada. Os técnicos avaliam que, em função da continuidade da estiagem, o plantio não deverá ser realizado, diminuindo ainda mais a produção total.
O milho também deverá ter os índices de prejuízos alterados, pois 46% das lavouras ainda estão em fase de floração e enchimento de grãos. Atualmente, a Emater/RS-Ascar constata uma redução de 45% em relação à estimativa inicial de rendimento que era de 3.516 quilos por hectare. A área cultivada no Estado é de 1,28 milhão de hectares.
As informações são do governo do Rio Grande do Sul.
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