| 09/03/2005 14h26min
As três páginas da carta do 16º Fórum Nacional da Soja, realizado nesta terça, dia 8, durante a Expodireto, sintetizam a importância da oleaginosa para a economia gaúcha, além da preocupação dos produtores com a seca e com a questão cambial.
Assinado pelo presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (FecoAgro), Rui Polidoro Pinto, e pelo presidente da Expodireto Cotrijal 2005, Nei Mânica, o documento destaca a ampliação do mercado (especialmente para a China) e a aprovação da Lei de Biossegurança pelo Congresso.
No restante da carta são relatados de forma contundente os problemas dos sojicultores brasileiros. Para os participantes do fórum, o prejuízo econômico da safra 2004/2005 é significativo porque os preços médios de balcão recuaram em 50%. Além disso, a seca já teria provocado uma quebra superior a 50%, com a produtividade em torno de 900 quilos por hectare (a média estadual é de 2,3 mil quilos por hectare).
Os custos operacionais, em conseqüência, cresceram, mesmo com o plantio de soja transgênica. Conforme a carta, o aumento chegou a 42% entre as safras 2003/2004 e 2004/2005. De R$ 663 por hectare, a despesa saltou para R$ 941,20 por hectare.
– Não há rendimento médio que pague essa defasagem – lamenta Mânica.
Outra preocupação dos sojicultores é com o mercado internacional de commodities, que teve um recuo sensível de preços. No documento, que será encaminhado a autoridades, os produtores afirmam que parte das perdas econômicas do setor está centrada no câmbio. A defasagem chega a 22%, considerando-se a cotação do dólar em agosto de 2003, de R$ 3. Ou seja, para compensar a queda do preço da soja no mercado internacional, o dólar deveria equivaler a R$ 3,18 – atualmente está na faixa dos R$ 2,70.
– Isso destrói o poder de compra dos produtores e compromete a sobrevivência das cooperativas – adverte Polidoro Pinto.
As informações são de Zero Hora.
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