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Equipes estrangeiras tentam identificar vítimas de tsunami

Milhares de turistas seguem desaparecidos na Ásia

Especialistas estrangeiros começaram a identificar nesta quinta, dia 30, as vítimas da tsunami na Tailândia. O número de mortos e desaparecidos cresceu e muitas pessoas desistiram de encontrar parentes e amigos vivos. Equipes da Alemanha, Suíça, Holanda, Austrália e de outros países estão no país.

Equipes da França, Itália e Dinamarca também estão em Phuket – um dos principais centros de turismo da Ásia, logo ao sul de Khao Lak, a praia mais atingida da Tailândia. Uma equipe da Nova Zelândia está a caminho.

– Vai ser um desafio. A escala é de uma magnitude que a Austrália e outros países não vivenciaram – disse Karl Kent, chefe da equipe da Polícia Federal Australiana, de 17 pessoas, enviada a Bali depois dos ataques de 2002 que mataram 202 pessoas.

O governo da Tailândia disse que dos 1.976 mortos registrados, 345 são estrangeiros. O número final, contudo, será maior. A polícia local disse que mais 1,8 mil corpos foram recuperados somente em Khao Lak. A tsunami de domingo atingiu hotéis de luxo na costa e entrou um quilômetro para o interior, em uma praia popular entre escandinavos e alemães.

Depois de dias no calor subtropical, a maioria dos corpos não pode ser identificada, e sobreviventes buscam pistas sobre conhecidos em mosaicos de fotografias penduradas em templos budistas, que estão sendo usados como necrotérios temporários.

As equipes vão coletar evidências dentárias e amostras de DNA, impressões digitais, fotografias e raios-X, além de jóias ou documentos que possam ajudar na identificação dos corpos.

No Sri Lanka, país fortemente atingido pelo maremoto, os sobreviventes convivem com um novo perigo: minas terrestres desalojadas pela água. A estimativa é que a região norte do país tenha cerca de um milhão de minas – legado de duas décadas de guerra civil que matou 64 mil pessoas até o cessar fogo, há três anos. O número de mortos pela tsunami no país passa dos 24 mil.

Na devastada Província de Aceh, na Indonésia, 52 mil vítimas já foram contabilizadas. As equipes de resgate ainda não conseguiram chegar a diversas áreas da ilha de Sumatra, e o número de mortos deve aumentar. Na Índia o governo anunciou que 13.230 pessoas morreram ou podem estar mortas em todo o país após as ondas gigantes que mataram mais de 80 mil pessoas da Ásia à África.

Organizações de ajuda de todo o mundo que se preparam para uma grande operação na região atingida pelo maremoto disseram nesta quinta que precisarão de mais assistência do que pensavam. A operação já é um dos maiores exercícios humanitários na história, e 60 países já prometeram mais de US$ 220 milhões em dinheiro e em suprimentos de emergência.

Centenas de toneladas de medicamentos foram levados de avião para a região, mas as Nações Unidas admitem que somente uma fração da ajuda já chegou onde é necessária.

– Estamos fazendo muito pouco no momento – reconheceu o coordenador de ajuda de emergência da ONU, Jan Egeland, em Nova York.

Equipes de ajuda chegaram a muitas áreas atingidas, mas ainda é pouco na região onde até 5 milhões de pessoas passam necessidades.

– Vai levar talvez entre 48 e 72 horas para podermos responder às dezenas de milhares de pessoas que gostariam de ter assistência hoje – ou melhor, ontem. Acho que a frustração vai crescer nos próximos dias e semanas.

Algumas pessoas não comem desde domingo e enfrentam agora a luta contra infecções de doenças como elefantíase, cólera, febre tifóide, hepatite, bronquite, pneumonia, malária, meningite e febre hemorrágica. Navios dos Estados Unidos, Japão e Austrália estão a caminho da área do desastre com hospitais e usinas de desalinização de água a bordo.

– Água para beber contaminada é a causa mais séria de morte e doenças depois de uma crise assim – disse Gerald Martone, diretor de programas de emergência das Sociedades Internacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, interrompeu suas férias para coordenar a operação de ajuda a partir de Nova York. A ONU fará um apelo por ajuda em 6 de janeiro.

As informações são da agência Reuters.

Veja imagens da tragédia

Veja como se forma uma tsunami

Confira o local da catástrofe

 
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