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 | 14/05/2003 22h21min

Com a desistência de Menem, Kirchner será o novo presidente

Junta Eleitoral Nacional já cancelou segundo turno das eleições

A Argentina já tem novo presidente. Depois da desistência do ex-presidente Carlos Menem de disputar o segundo turno das eleições, o governador da província de Santa Cruz, Néstor Kirchner, já pode ser considerado o novo dirigente do país.

A Junta Eleitoral Nacional aceitou na noite desta quarta, dia 14, a renúncia de Menem e suspendeu oficialmente o segundo turno das eleições, previsto para ocorrer no próximo domingo, dia 18.  A Justiça Eleitoral deverá proclamar em breve como vencedora a chapa integrada por Néstor Kirchner e Daniel Scioli, o que será feito também pela Assembléia Legislativa.

Depois disso, o governador de Santa Cruz estará pronto para assumir seu mandato no dia 25 de maio, de acordo com o Código Eleitoral Nacional.  O Itamaraty já informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará presente na posse.

A renúncia de Menem foi anunciada nesta quarta, na província de La Rioja, cidade natal do ex-presidente, e foi precedida de quase um dia de muitas expectativas e incertezas. Vencedor do primeiro turno com 24,45% dos votos, ele decidiu abandonar a corrida eleitoral devido à forte rejeição e à pressão de governadores alidados, que temiam que o fracasso nas urnas refletisse nas próximas eleições provinciais. De acordo com as últimas pesquisas, o governador de Santa Cruz liderava a intenções de voto para o segundo turno com cerca de 30 a 40% de vantagem.

Menem pode assim estar encerrando uma extensa carreira política, na qual foi três vezes governador de La Rioja e eleito presidente por duas vezes, no poder entre 1989 e 1999. Dessa forma, ele também se livra de uma derrota humilhante e enfraquece a situação política do novo presidente, que chega ao poder com pouco mais de 20% dos votos, conseguidos no primeiro turno, ocorrido no dia 27 de abril.

Com a desistência, o ex-presidente admitiu sua primeira derrota em 30 anos de vida política e escreve mais uma página na conturbada história recente da Argentina. Menem alegou que não havia condições de continuar na disputa porque o atual governo de Eduardo Duhalde havia trapaceado. Ele também não poupou críticas a Kichner pela baixa votação conseguida no primeiro turno:

– Eu diria ao senhor Kirchner que ele fique com os 22%  os votos; eu fico com o povo.(...) Eu respeito a lei. Ganhei o primeiro turno e me vou. Os que não respeitam a lei foram aqueles que trapacearam o povo no Congresso de Lanús – disse Menem, em referência ao congresso da sua sigla, o Partido Justicialista (PJ), que decidiu concorrer com três candidatos diferentes – Menem, Kirchner e Aldolfo Rodriguez Saá.

 
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