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Depois de quase um dia de muitas expectativas e incertezas, o ex-presidente argentino Carlos Menem anunciou nesta quarta, dia 14, ter desistido de disputar o segundo turno da eleição presidencial que ocorreria no próximo domingo, dia 18. A decisão abre caminho para a vitória do governador de Santa Cruz, Néstor Kirchner.
Com a desistência, Menem admite sua primeira derrota em 30 anos de vida política e escreve mais uma página na conturbada história recente da Argentina.
– Não haviam condições para disputar o segundo turno. Agora vamos começar a trabalhar para o futuro, já na próxima segunda-feira - disse para as cãmeras de televisão em frente à sede de governo de sua província natal, La Rioja.
Vencedor do primeiro turno com 24,45% dos votos, o ex-presidente decidiu abandonar a corrida eleitoral devido à forte rejeição e à pressão de governadores alidados, que temiam que o fracasso nas urnas refletisse nas próximas eleições provinciais. De acordo com as últimas pesquisas, o governador de Santa Cruz liderava a intenções de voto para o segundo turno com cerca de 30 a 40% de vantagem.
Menem pode assim estar encerrando uma extensa carreira política, na qual foi três vezes governador de La Rioja e eleito presidente por duas vezes, no poder entre 1989 e 1999. Dessa forma, ele também se livra de uma derrota humilhante no próximo domingo e enfraquece a situação política do novo presidente, que chega ao poder com pouco mais de 20% dos votos, conseguidos no primeiro turno, ocorrido no dia 27 de abril.
Os sinais de sua renúncia foram dados nesa terça. Menem, que até a noite de segunda dizia repetidamente não ter a intenção de abandonar o pleito, decidiu cancelar uma entrevista coletiva. Cancelou também um ato de campanha na Província de Buenos Aires, suspendeu a propaganda eleitoral em um canal de televisão e realizou uma reunião inesperada com a cúpula de seu comitê.
Depois de muitas especulação negativas e confirmações, o anúncio de Menem só saiu após uma longa reunião, nesta quarta, com seus colaboradores na residência oficial do governo em província de La Rioja.
Em seu discurso, ele não poupou críticas ao atual presidente Eduardo Duhalde, a quem culpou pela sua renúncia, e ao seu adversário, pela baixa votaçao obtida na primeiro turno.
– Eu diria ao senhor Kirchner que ele fique com os 22% os votos; eu fico com o povo .(...) Eu respeito a lei. Ganhei o primeiro turno e me vou. Os que não respeitam a lei foram aqueles que trapacearam o povo no Congresso de Lanús – disse Menem, em referência ao congresso da sua sigla, o Partido Justicialista (PJ), que decidiu concorrer com três candidatos diferentes – Menem, Kirchner e Aldolfo Rodriguez Saá.
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