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Na contramão do PSDB e do PFL, que decidiram ser oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva – ainda que “responsável, construtiva e fiscalizadora” –, o PMDB admite participar da sustentação do futuro governo. Segundo o líder peemedebista no Senado, Renan Calheiros (AL), o partido aguarda um convite oficial do PT para conversar e, “se Lula formular uma proposta de aliança para integrar a base de sustentação”, ela será analisada.
Tentando evitar a pecha de fisiológico, o líder afirmou que o PMDB quer ajudar na governabilidade, mas alega que não aceitará cargos no governo.
– Não vamos descambar para o fisiologismo – disse.
O rumo a ser tomado pelo partido será discutido em reunião da executiva nacional com os governadores eleitos e reeleitos, em Brasília, na terça-feira. Renan também deixou clara a rejeição da cúpula do partido às articulações pessoais do senador José Sarney (PMDB-AP) para presidir o Senado a partir de fevereiro de 2003. Sarney apoiou Lula na campanha.
– O PMDB batalha para eleger o presidente da Câmara ou do Senado. Mas quer que essa negociação com todos os partidos se faça de maneira institucional. Não aceitamos nenhuma solução por cima do partido político. Qualquer negociação por cima dos partidos causará um sério precedente, que pode afetar até a própria governabilidade – avisou.
O próprio Renan se colocou como um dos nomes do PMDB em condições de disputar o cargo, ao lado do atual presidente, Ramez Tebet (MS), e de Sarney. Admitindo as divergências internas no PMDB em relação ao governo Lula, o líder disse que prevalecerá a opinião da maioria. Apontou como característica da legenda “essas dissensões e uma enorme vocação para conversação e para negociação”.
A executiva nacional do PFL reúne-se nesta quinta, dia 31, a partir das 9h, em Brasília, para ratificar a postura de “oposição fiscalizadora” em relação ao governo Lula, já amplamente divulgada pelo presidente, senador Jorge Bornhausen (SC). A executiva do PSDB – partido com o qual o PMDB estava coligado na eleição presidencial em torno da candidatura do senador José Serra (PSDB-SP) – formalizou essa mesma linha de oposição em reunião na terça-feira passada, mas prometendo ajudar na governabilidade.
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