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Um dia depois de receber o sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, o presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta quarta, dia 30, que o PSDB não deve fazer com Lula o que o PT fez com ele.
– O PSDB não deve repetir o PT. Não deve fazer oposição ao país, mas às coisas que estiverem erradas – disse FH, que evitou criticar o presidente eleito.
O presidente, em entrevista à Rádio CBN, chamou de "política destrutiva" a oposição feita pelo PT, que, segundo ele, foi "contra os interesses nacionais". Ao comentar o que chamou de política do toma-lá-dá-cá, disse esperar que o interesse nacional prevaleça no Congresso.
– Partido, quando entra no governo, quer cargos. Onde não é assim? O problema é saber se isso é dado publicamente, com clareza.
Para o presidente, a barganha no Congresso pode ser "difícil" quando há uma aliança "diversa" e "um programa que não é claro". O presidente não foi indagado sobre "barganhas" em seu governo.
FH também disse ter medo da criação de "novas burocracias que não são necessárias" para cuidar de políticas de combate à fome. O PT anunciou, na segunda, a criação da Secretaria de Emergência Social, que deverá distribuir cupons para serem trocados por alimentos.
– Não se pode dar um passo para trás e voltar para um assistencialismo. Este sim não é bom para a dignidade – disse o presidente, que afirmou não fazer "prejulgamento".
FH disse que o salário mínimo pode ser acima de R$ 211, em 2003, se os deputados abrirem mão de emendas. Nesta semana, líderes petistas disseram ser favoráveis à manutenção de um fundo orçamentário para emendas parlamentares. No final, o presidente afirmou:
– Daqui para a frente, vou estar meio desocupado. Quando quiser, papearemos.
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