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Depois de quatro dias de encontros com banqueiros e representantes de bancos centrais, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, encerraram nesta quarta-feira, 11 de setembro, o giro europeu para tentar restabelecer a confiança dos investidores no Brasil.
Malan e Fraga encontram uma receptividade positiva, mas sem compromissos específicos de novos apoios financeiros ao país.
Em Paris, Malan fez questão de destacar que a equipe brasileira não estava buscando compromissos específicos nesta viagem. O objetivo, segundo ele, era "tentar convencer os não convencidos de que eles deveriam se convencer". Antes de Paris, Malan passou por Madri e Londres.
Fraga esteve na Basiléia, em Frankfurt e Amsterdã. Quanto ao fornecimento de linhas de crédito, o ministro disse que a "redução parou". Ele acrescentou que a equipe notou retomada gradual das linhas de financiamento. Em Amsterdã, na Holanda, Fraga afirmou que o volume de crédito comercial para o Brasil estabilizou-se, mas disse que não pode prever quando esta situação retornará ao antigo patamar.
– Eu não poderia determinar a duração precisa do tempo para a volta aos patamares anteriores – disse.
O porta-voz do ABN Amro, Jochem van de Laarschot, garantiu que o maior banco holandês "não reduziu as linhas de crédito para o Brasil". Laarschot afirmou que o ABN Amro, a exemplo de outras instituições, "está preocupado" com a situação brasileira.
Em sua conferência na capital francesa para personalidades do mundo financeiro e industrial, Malan mandou distribuir documento que reproduz declarações dos quatro candidatos presidenciais no Brasil e trechos dos programas de seus partidos.
O documento, em inglês, tem oito páginas. Abre com um discurso do presidente Fernando Henrique Cardoso sobre o encontro reservado com os quatro candidatos, em 19 de agosto, a respeito dos acordos com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Em seguida, reproduz, nesta ordem, frases e extratos do programa de Luiz Inácio Lula da Silva/PT (cinco trechos), José Serra/PSDB (seis), Ciro Gomes/PPS (seis) e Anthony Garotinho/PSB (três).
As eleições são a principal causa do nervosismo dos investidores com o Brasil e do fechamento das linhas de crédito ao país.
– Tenho dito que chegamos a um estágio de relativa maturidade político-institucional e de racionalidade econômica e que há um terreno comum da economia que não está sujeito ao debate político-partidário – disse o ministro.
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