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Serra critica modelo de privatização do setor elétrico

Tucano abriu série de entrevistas dos presidenciáveis ao jornal O Globo nesta segunda

O candidato da aliança governista à Presidência, José Serra (PSDB), defendeu nesta segunda-feira, 9 de setembro, privatizações como as da indústria siderúrgica e dos serviços de telecomunicações, mas admitiu que o modelo adotado para o setor elétrico não deu certo.

Abrindo a série de entrevistas dos presidenciáveis ao jornal O Globo, Serra, que durante todo o tempo reforçou sua plataforma de criação de empregos, argumentou que não cabe no debate sobre as privatizações ser a favor ou contra.

– Eu tenho uma posição em geral sobre privatização absolutamente prática: convém ou não convém. O problema não é doutrinário – disse o candidato, que foi sabatinado por vários colunistas do jornal, como os escritores Luis Fernando Veríssimo e João Ubaldo Ribeiro, além de responder a perguntas de leitores.

Serra disse que as vendas das empresas de telecomunicações e das siderúrgicas foram exemplos de privatizações bem-sucedidas. Já para o setor elétrico, Serra alertou que havia maior complexidade e que o governo deve pensar em outra alternativa.

– Na área elétrica, a privatização não foi bem feita. Acho que o Estado cumpriu seu papel numa área como a do aço. São etapas que já foram percorridas. Agora na área elétrica, acho que vai se criar um sistema misto– disse ele, sem entrar em detalhes.

Durante a entrevista, Serra não resistiu a dar algumas alfinetadas nos outros candidatos, principalmente no presidenciável da Frente Trabalhista, Ciro Gomes, que disputa com ele o segundo lugar na corrida eleitoral.

Quando perguntado sobre seu programa de criação de empregos, que prevê a geração de 8 milhões de vagas em quatro anos, Serra disse que há candidatos que propagam informações falsas, como a de que o governo Fernando Henrique Cardoso ''destruiu 11 milhões de empregos''.

Serra também afirmou que, diferentemente dos outros candidatos, ele está mostrando como os empregos serão criados em seu governo caso eleito, embora não tenha deixado claro como isso será feito.

As farpas também foram atiradas na direção do candidato da coligação liderada pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Quando o tucano foi perguntado sobre o desempenho da atual equipe econômica do governo, ele elogiou a atuação do ministro da Fazenda, Pedro Malan, e disse que defende a atual política econômica. Na mesma resposta, comentou que "elogiar política de governo militar, só Lula.''

No final da entrevista, ao ser interpelado pelos jornalistas, Serra se esquivou de responder sobre os recentes ataques feitos pela Frente Trabalhista, que acusa o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o governo de usar a máquina administrativa para favorecer a candidatura do tucano. Integrantes da Frente chegaram a levantar a necessidade de trazer observadores internacionais para acompanhar a votação em outubro e garantir a lisura do processo eleitoral.

– Tem coisas mais importantes do que a gente discutir baixaria e coisas do gênero – desconversou.

Mais informações sobre candidatos, partidos, pesquisas, regras e números eleitorais no especial Eleições 2002.

 
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