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 | 12/08/2002 14h54min

Dólar comercial abre a tarde em alta e é vendido a R$ 3,12

A cotação do dólar segue em alta na abertura do mercado na tarde desta segunda-feira, 12 de agosto. A valorização da moeda norte-americana chegava a 3,31% ante o fechamento da última sexta, segundo informações da Globo News. Por volta das 14h30min, a divisa era negociada a R$ 3,11 para a compra e a R$ 3,12 para a venda.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em forte queda nesta tarde, na reabertura do pregão viva-voz. Às 14h29min, o IBovespa marcava 9.715 pontos, com recuo de 2,70%. O volume financeiro era de R$ 206,7 milhões.

Operadores davam explicações difusas para o comportamento do mercado, mas todos afirmavam que a turbulência testa os limites da política de atuação do Banco Central (BC), que suspendeu na semana passada o compromisso de intervir diariamente no câmbio com as chamadas rações. A partir de agora, segundo o presidente da instituição, Armínio Fraga, as irrigações ocorrerão apenas quando a autoridade monetária julgar conveniente oferecer maior liquidez ao mercado.

Na manhã de hoje, o dólar encerrou o pregão em alta de 2,64%, vendido a R$ 3,110. Na máxima, atingida minutos antes, a moeda foi aos R$ 3,130, em alta de 3,3%. Nesse momento o BC interveio e fez a cotação ceder um pouco.

Segundo analistas, parte do impulso da moeda norte-americana se deve ao vencimento de mais de US$ 2 bilhões em papéis cambiais, na próxima quinta-feira.

Hoje o ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse que o governo não adotará qualquer medida adicional para segurar a taxa de câmbio. Afirmou que aposta na reversão "das dificuldades do momento", com o apoio doméstico ao acordo firmado com o FMI. Pelo contrato, o Brasil tem direito a US$ 30 bilhões em até 15 meses. Deste total, US$ 6 bilhões serão liberados pelo Fundo ainda neste ano. Malan disse ainda que o governo quer retomar linhas de crédito para exportação. Os bancos internacionais reduziram suas linhas de crédito direcionadas ao comércio externo brasileiro em razão das incertezas geradas pelo processo eleitoral e do cenário internacional.

Em entrevista ao telejornal Bom Dia Brasil, da Rede Globo, nesta segunda, Fraga atribuiu o nervosismo do mercado financeiro da última sexta –  e que parece se repetir nesta segunda – à interpretação equivocada sobre o acordo com o Fundo. Fraga, que classificou o empréstimo como espetacular na última semana, disse que a decisão de acabar com as intervenções diárias no câmbio foi tomada pelo próprio BC e não se tratou de exigência internacional.  Malan reiterou a importância do acordo para o país. Segundo o ministro, o acordo reverte a expectativa de aversão ao risco e permite ao próximo governo administrar o primeiro ano de mandato com mais tranqüilidade.

Malan destacou também que nunca ocorreu uma negociação com grau de exigências quase inexistente por parte do FMI. Como exemplo, lembrou que a meta de superávit primário (não inclui despesas com juros) de 3,75% do  Produto Interno Bruto (PIB) para 2003 já havia sido aprovada pelo Congresso.

Nesta segunda, o risco-país brasileiro voltou a ocupar a terceira posição no ranking do banco norte-americano JP Morgan. Por volta das 12, o indicador brasileiro apontava 2.208 pontos-base, com alta de 10,12% sobre o fechamento de sexta-feira (2.005 pontos). O risco está abaixo dos registrados por Argentina e Nigéria.

Com informações das agências Brasil e Reuters.

 
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