| 24/06/2002 10h31min
O dólar comercial começou esta segunda-feira, 24 de junho, cotado a R$ 2,820. Há pouco, a moeda norte-americana saía a R$ 2,82 na compra e a R$ 2,83 na venda, queda de 0,18% ante o fechamento de sexta-feira, quando a divisa norte-americana alcançou a cotação mais alta desde a implantação do Plano Real, vendida a R$ 2,840.
Investidores estariam cautelosos e avaliando suas posições depois de semanas turbulentas para o mercado financeiro no Brasil. A tranqüilidade aparente desta segunda-feira seria reflexo desta cautela.
Neste fim de senama, foi deflagrada uma operação para reduzir a tensão do mercado financeiro. Da parte da oposição, o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, líder nas pesquisas de intenção de votos, antecipou declarações se comprometendo com um superávit primário (diferença entre receitas e despesas do governo sem incluir juros). O presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, irá à Europa na quarta-feira, dia 26, para tentar conter a onda de incerteza que provocou uma desvalorização dos títulos brasileiros de mais de 13% em apenas dois dias e aumentou o risco Brasil para 1.706 pontos.
Armínio Fraga, que desembarcará em Londres e tem no programa uma visita a Paris, também estaria preocupado com a redução de crédito internacional para os exportadores brasileiras, justamente o último tipo de crédito a ser afetado em situações de crise. A convergência de objetivos entre o governo e a oposição é resultado da velocidade da deterioração dos títulos brasileiros no Exterior.
Nesta segunda-feira, o presidente do Federal Reserve (Fed) – o Banco Central dos Estados Unidos –, Alan Greenspan , declarou que os riscos do Brasil são 100% políticos. A afirmação pode agitar o mercado financeiro hoje. Há dois dias, o secretário do Tesouro norte-americano, Paul O´Neill, já havia feito declarações semelhantes. O secretário disse na sexta-feira, dia 21, que a turbulência no mercado financeiro brasileiro é resultado de fatores políticos e não econômicos. Também afirmou ser contra qualquer proposta de ajuda extra do Fundo Monetário Internacional (FMI) ao Brasil.
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