| 19/08/2013 17h33min
A situação fugiu ao controle na manhã desta segunda-feira, no início das aulas no Colégio Dayse Werner Salles, no Bairro Capoeiras, em Florianópolis. Um adolescente, estudante da 1ª Série do Ensino Médio, foi contido por choque de arma taser, após abordagem da Polícia Militar.
O diretor do colégio, Juliano Reckers, estava na sala no momento em que dois policiais utilizaram a ferramenta de alta voltagem no garoto, que mostrou-se alterado e agressivo desde o momento em que entrou no colégio. O diretor ficou surpreso com a forma que a PM agiu e conversou com a reportagem sobre o que aconteceu nesta manhã.
Hora de Santa Catarina — Por que a polícia foi chamada?
Juliano Reckers — O aluno veio alterado. Não estava com o semblante normal. Saía no corredor, corria, dançava, ouvia música alta, não estava no normal dele. A gente tentava conversar, mas ele ficava agressivo. Solicitamos que ele saísse da sala e ele se negou. Tentamos ligar para a família umas 20 vezes e não conseguimos. Ao falar com o Conselho Tutelar, eles foram categóricos para que chamássemos a polícia.
Hora — E o que aconteceu depois que a polícia chegou?
Juliano Reckers — Veio uma viatura com dois policiais. Nós fomos até a sala e chamamos o aluno para sair, tentando não chamar a atenção dos colegas. Mas ele não se retirou. Então o policial entrou e chamou o rapaz também. Aí ele estourou, ficou agressivo e assustado. Negou-se a sair, chutou carteiras e ficou bem violento. Os colegas ficaram muito assutados. Foi aí que o policial usou a arma teaser para tentar controlar o garoto.
Hora — E a situação foi controlada?
Juliano Reckers — Muitos colegas saíram da sala, quiseram ir embora, estavam chorando. Liberamos estes adolescentes. Outros foram contra a polícia e se revoltaram. Duas meninas foram levadas por desacato.
Hora — O que o senhor pode dizer deste aluno antes desta segunda-feira?
Juliano Reckers — Ele sempre estudou na nossa escola. Sempre foi um ótimo aluno, com boas notas, educado. Por isto estranhamos tanto quando ele chegou ao colégio hoje. Ele não era o aluno que a gente conhecia.
Hora — Houve outra situação, desde que o senhor assumiu a direção do Colégio, em que a PM teve que ser chamada?
Juliano Reckers — Em 2011, houve uma ação parecida. Dois alunos não estavam respondendo muito bem e a gente teve que chamar a polícia para intervir. Naquela ocasião, os policiais conseguiram conversar com os alunos e puderam conduzir de forma menos violenta.
Hora — O senhor estava na sala quando o adolescente levou o choque. Qual sua opinião sobre a ação da polícia?
Juliano Reckers — Fiquei bastante transtornado por ver isto com um aluno. Nunca tinha visto isto. Jamais ia esperar que fosse acontecer dentro de uma escola. Acho que haveriam outras maneiras de contornar a situação, chamar reforço, não sei. Mas eles são policiais e devem estar preparados para situações deste tipo. Mas eu tentaria agir de outra forma.
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