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 | 15/02/2013 06h59min

Família que chegou do RS espera por quase duas horas pelo transporte em Florianópolis

"Apesar de tudo considero Florianópolis uma cidade segura", relatou Elenita Pereira, 48 anos, que chegou a SC com o marido, filha e neta

Ao chegar ao Ticen ainda na madrugada desta sexta-feira, em Florianópolis, uma família precisou ter paciência. Pais, filha e neta esperaram por mais de duas horas pelo transporte público. É que os ônibus só começaram a circular depois das 7h, medida adotada pelos trabalhadores em razão da onda de atentados em Santa Catarina. E a alteração nos horários atinigiu a população em cheio. Entre 5h e 7h o principal terminal da Capital registrou acúmulo de passageiros.

::: Blog Visor, exclusivo: cai número de passageiros transportados

A família do pedreiro Edimilson Malheiros, 48 anos, chegou ao Terminal Rita Maria por volta das 4h50min, vindos de Sapiranga, no Rio Grande do Sul. Ednilson, a esposa Elenita Pereira, 48 anos, a filha, Andreia Malheiros, 23 anos, e a neta Maria Fernanda, de apenas 10 meses, esperavam no Ticen por ônibus para seguir até Canasvieiras, onde mora o casal. E se antes das 6h eram uns dos únicos que esperavam pela linha, desde as 6h30min se formou uma fila extensa no local. As linhas para o Norte da Ilha eram as mais aguardadas.

— Apesar de tudo considero Florianópolis uma cidade segura — disse Elenita.

Por volta das 7h15, o primeiro ônibus com destino a Canasvieiras estacionou no terminal e foi recebido com aplausos pela família. Soldados da Polícia Militar, que mantém base no terminal, aguardavam para seguir em escoltas atrás dos primeiros ônibus.

 
Edimilson e a filha Andreia entram no 1º ônibus para
Canasvieiras, que saiu do Ticen às 7h15min
Foto: Guto Kuerten

A PM utiliza os carros alugados pela Prefeitura — todos sem indicação da Polícia, e apenas alguns com luzes de emergência — desde a madrugada para fazer rondas pela cidade, e no início da manhã para as escoltas ao transporte público.

 
PM aguardava para fazer escolta aos ônibus
Foto: Guto Kuerten

Logo depois do início das atividades no Ticen, os coletivos na Capital circulavam completamente lotados. Alguns, inclusive, sequer paravam nos pontos, já que a capacidade estava esgotada. Com isso, diversos pontos de ônibus tiveram acúmulo de passageiros.

A restrição do serviço provocou ainda a suspensão das aulas na rede pública estadual no período noturno nesta sexta-feira. Udesc e UFSC devem decidir hoje a retomada das atividades. E os transtornos não devem terminar por aí. O serviço de transporte a partir de hoje só funcionará entre 7h e 19h, ou seja, passageiros deverão enfrentar novos probemas.

 
Nos pontos, população esperava ônibus lotados
Foto: Guto Kuerten

Em meio às incertezas, o Governo do Estado garante restabelecimento de transporte urbano na Capital, mas não dá prazos. Os trabalhadores do transporte reclamam que nem todos os coletivos estão circulando com escolta.

Para frear a escalada dos ataques, SC aguarda a chegada da Tropa da Força Nacional, que vem ao Estado para fazer a transferência de presos. A tropa de 350 homens vai acompanhar a remoção dos presos líderes da facção criminosa Primeiro Grupo Catarinense (PGC), que estão em sua maioria na Penitenciária de São Pedro de Alcântara. São esses criminosos que estariam ordenando a segunda onda de ataques a ônibus, veículos e prédios públicos.

Nesta sexta-feira Santa Catarina registrou o 100º atentado na nova onda de violência. Um carro particular foi incendiado em Içara, por volta das 4h30min desta sexta-feira. Mais cedo, um guincho de uma empresa credenciada ao Detran/SC foi alvo de um coquetel molotov em Laguna.

DIÁRIO CATARINENSE

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