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Educação Infantil  | 14/12/2012 19h36min

Sara vence a burocracia e vai dançar no Araújo Vianna

Após intervenção do prefeito da Capital, José Fortunati, 460 crianças de escolas municipais de Porto Alegre irão se apresentar neste domingo

Taís Seibt  |  tais.seibt@zerohora.com.br

A borboleta que queria voltar para o casulo e nunca mais dançar ganhou asas outra vez na manhã desta sexta-feira. Sara, que emocionou até o colunista de Zero Hora David Coimbra com sua decepção pelo cancelamento do show que ela e cerca de 460 crianças haviam ensaiado nos últimos dois meses, terá a chance de subir ao palco do auditório Araújo Vianna, na Capital, neste domingo.

Para isso, foi necessário que os pais levassem o assunto à imprensa e que o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, interviesse junto à Secretaria da Cultura. A solução para que a apresentação de fim de ano de 21 escolas municipais não ficasse para o início do ano que vem, como havia proposto a Secretaria Municipal de Educação (Smed), foi aproveitar uma agenda da Banda Municipal no Araújo Vianna.

— Fiquei contente. Quero passar para minha filha que vale a pena lutar pelo que a gente acredita, isso só aconteceu porque a gente não se conformou — diz Marcia de Freitas Marques, mãe de Sara.

A menina de cinco anos borboleteava pela casa esta tarde, com a fantasia que usará na apresentação. Pouco fala sobre o assunto, demonstra sua faceirice cantarolando, ainda que timidamente, alguns versos como: "do casulo vou sair, para novas emoções sentir".

O espetáculo estava marcado para a noite de quinta-feira, mas os custos de segurança, limpeza e transporte, num total de R$ 13,6 mil, não foram incluídos pela Smed no orçamento. Dias antes da data marcada, professores e pais foram avisados que a apresentação estava suspensa.

— Nós íamos abrir nosso ano letivo com essa apresentação, só que muitos dos artistas mirins são do Jardim B, que sai da escola e vai para o ensino fundamental e eles poderiam não estar se apresentando no início do ano — explica a secretária da Educação, Cleci Jurach, sobre a revolta dos pais.

Em vídeo, veja um trecho da apresentação ensaiada por Sara:

Clara pode ficar de fora

A mudança de data dividiu opiniões. Janaína Souza Neuls, vice-diretora da Escola Municipal de Educação Infantil Humaitá, onde Sara estuda, diz que muitos pais até preferiram a troca da apresentação para domingo, já que é dia de folga, mais fácil de se organizar para assistir. Mas pode ser que falte uma arvorezinha no palco, se depender de Cláudia Martins, mãe de Clara, seis anos, da Escola Tio Barnabé.

— As crianças não precisam de esmola, eles se aplicaram, ensaiaram, merecem o melhor. Só vou levar minha filha se tiver certeza de que as crianças serão respeitadas — desabafa Cláudia.

Ela apostou em uma solução caseira para amenizar a tristeza da menina pelo cancelamento do show. Na hora prevista para o espetáculo, Clara cantou e dançou usando sua fantasia de árvore diante de um público privilegiado: os pais e os irmãos, Júlia, de 13 anos, e Daniel, de cinco.

No repertório deste domingo, às 19h, estarão canções compostas pelos alunos no projeto de musicalização infantil Nosso Som. As músicas foram gravadas em um CD, em setembro. A faixa bônus fica por conta da vitória das crianças sobre a burocracia, que arranhou o disco, mas não apagou o brilho das pequenas estrelas.

ZERO HORA
Ricardo Duarte / Agencia RBS

Sara foi para a casa com a roupa de borboleta, que usará no show remarcado para domingo
Foto:  Ricardo Duarte  /  Agencia RBS


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