Depois de quase três meses sem receber nenhuma melhoria, a Escola Estadual Prefeito Lauro Zimmermann teve parte das obras retomadas na semana passada. No entanto, pouca coisa avançou desde que alunos e professores realizaram uma manifestação há cerca de 20 dias, exigindo a continuidade da reforma de R$ 1,4 milhão iniciada em agosto do ano passado.

A obra deveria ter terminado em maio e foi prorrogada para dezembro. Até amanhã, os funcionários da Construtora AJM, responsável pela reforma, devem terminar de recolocar os pisos que soltaram em três salas de aula.

Outro serviço realizado nos últimos dias foi o lixamento do piso do ginásio, que foi construído este ano e ainda depende de outros acabamentos para poder ser utilizado pelos alunos.

O dono da empreiteira, Alberto Marcatto, reafirma que essas obras entraram no cronograma de novembro a pedido da promotoria de Guaramirim, mas nega que houve problemas técnicos no piso. Já a Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) alega que houve erro de execução por parte da empreiteira e, por isso, foi preciso refazer o trabalho.

A implantação de duas rampas e dois banheiros adaptados, reforço na parte elétrica, aumento das calhas no refeitório e consertos na parte hidráulica dos banheiros femininos não têm data para acontecer.

As melhorias dependem da liberação de um aditivo de serviço de R$ 261 mil do governo do Estado, mas o secretário de Infraestrutura da SDR afirma não ter recebido ainda nenhuma previsão sobre quando receberá o recurso. A alegação da SDR é que foi preciso firmar o aditivo porque algumas obras não estavam previstas no projeto original.

Outra justificativa é que durante a reforma foi constatada a necessidade de fazer melhorias adicionais, que dependem da alteração do contrato pelo governo do Estado para serem executadas. Marcatto calcula que, após a liberação do aditivo, são necessários aproximadamente 60 dias para concluir a obra.

A professora de português Mazilda Fiamoncini, o ano letivo de 2013 começará do mesmo jeito que o de 2012: sem reforma concluída.

— Se continuar nesse ritmo, não terminam essa obra nem no ano 3000.

Segundo ela, professores e alunos não descartam fazer uma nova manifestação se a situação não for resolvida. Em cinco anos, a Lauro Zimmermann foi interditada cinco vezes por problemas estruturais. Neste ano, as aulas foram adiadas quatro vezes porque a escola não tinha condições de receber os cerca de 1 mil estudantes. 　

SAIBA MAIS 　

Paralelamente à reforma, tramita uma ação na Justiça por causa do descumprimento dos prazos estabelecidos no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o Ministério Público de Santa Catarina e a SDR em 2011 para a reforma da escola. O acordo prevê que o Estado pague multa de R$ 1 mil por dia de atraso.