| 19/07/2012 21h58min
O sonho de se formar em uma cerimônia como manda o figurino não será completo para os estudantes que concluíram seus estudos no primeiro semestre deste ano na Universidade de Santa Catarina (UFSC). Como a maior parte dos servidores do Departamento de Cultura e Eventos aderiram à greve nacional da categoria, a equipe aceitou realizar as colações de grau parcialmente.
As tradicionais homenagens, como os discursos de paraninfos e oradores das turmas foram excluídos da celebração. Seria uma forma dos trabalhadores protestarem, sem impedir a realização da solenidade pública, que a UFSC realiza desde 2004 gratuitamente aos formandos de todos os cursos. Ontem foi realizada a colação de grau do curso de Farmácia e Bioquímica. Antes da cerimônia, os estudantes se mostravam decepcionados.
— Todos ficaram muito tristes com os cortes na celebração. Fizemos algumas homenagens na missa realizada pela manhã. Entregamos flores aos pais e duas colegas leram suas mensagens. Estávamos esperando seguir todo o protocolo, mas a greve chegou e atrapalhou nosso sonho. Mesmo assim, sabemos que o mais importante é colar grau e isso conseguimos — disse um dos representantes da comissão de formatura Aguisson de Oliveira, de 23 anos.
A decisão de realizar as solenidades, mesmo que parcialmente, durante a greve foi tomada após negociações com a reitoria da UFSC. No começo de cada evento, o cerimonialista lê um manifesto dos servidores que explica o enxugamento da celebração. Foram mantidos somente os itens obrigatórios, como o juramento e o decreto de colação de grau.
Os servidores do Departamento de Cultura e Eventos, que não quiseram divulgar seus nomes, disseram que a paralisação pelos direitos dos trabalhadores é legítima, mas em consideração ao significado que o momento de formatura representa na vida dos alunos, optaram por fazer um rito sucinto.
Serão realizadas 20 colações de grau. A primeira foi a de Enfermagem na quarta-feira. Nessa, os estudantes buscaram uma saída alternativa para os discursos. O paraninfo e o orador se pronunciaram durante o culto, realizado na noite de ontem.
Já os formandos de Medicina não aceitaram a cerimônia reduzida e entraram com um pedido de liminar na Justiça contra a universidade. Ontem, a intimação para o cumprimento da determinação judicial estava sob análise da Procuradoria Federal. A administração geral da UFSC preferiu não se manifestar. Nenhum integrante da comissão de formatura de medicina foi encontrado para falar sobre o assunto.
Na internet, estudantes de diversos cursos da UFSC organizaram uma petição pública pedindo pela execução completa do cerimonial nas formaturas durante a paralisação dos servidores federais. O documento tem mais de 2,2 mil assinaturas e pede ao comando de greve da universidade reveja a proposta. Na próxima terça-feira, o tema será discutido na assembleia da categoria. De acordo com o representante do comando, Celso Martins, independente do resultado, caberá aos servidores do setor seguir ou não a decisão coletiva.
Formatura dos alunos de Farmácia e Bioquímica ocorreu na quinta-feira, no Centro de Cultura e Eventos da UFSC
Foto:
Flávio Neves
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