Durante o recesso, pais foram às compras de material escolar. Estudantes já esperam a volta às aulas com a mochila pronta e vontade de reencontrar os amigos. Enquanto isso, os governos municipal e estadual ainda não fizeram todo o dever de casa e correm contra o tempo para reformar prédios, contratar professores e o transporte escolar.

Mais de 30 mil alunos da rede estadual de Joinville voltam às aulas no dia 14 de fevereiro, mas pelo menos 2 mil estudantes não devem encontrar as escolas prontas no início de mais um ano letivo.

Das 43 escolas do sistema na cidade, 14 foram notificadas e cinco receberam autos de interdição da Vigilância Sanitária no ano passado e precisam de reparos. Dessas, a maioria ainda está em manutenção. Mas a Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) garante que os prédios poderão receber os alunos e vai entrar na Justiça para reabri-los. Exceto um, que precisa de reformas amplas. Na rede municipal, a Secretaria de Educação diz que tudo estará pronto até 6 de fevereiro.

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As escolas estaduais Francisco Eberhardt, de Pirabeiraba, Monsenhor Sebastião Scarzello, do Itaum, e Maria Amin Ghanem, do Aventureiro, não podem reabrir, segundo a Vigilância, até que se cumpram todas as exigências. Diante da situação, alunos como Bruno André Baartz, 14 anos, estão apreensivos. Com o material escolar prontinho e à espera de ingressar no 1º ano do ensino médio, ele não gostaria de viver a mesma experiência de 2011 por causa do mau estado da Escola Francisco Eberhardt.

— No ano passado, foram duas interdições, e por um período tivemos aula na Anhanguera (faculdade no bairro Glória), mas a gente perdia muito tempo só no deslocamento até lá. Muitos alunos por causa da greve dos professores tiraram notas baixas e precisaram de aula de reforço —, conta.

Não é o caso de Bruno, que manteve as boas notas. Segundo ele, os professores são muito bons, por isso não troca a escola por nenhuma outra. O problema é a falta de estrutura.

— A minha sala, por exemplo, tem goteiras; e os banheiros estão com maçanetas e descargas quebradas”, relata.

A fiscal da Vigilância Sanitária Lia Renata Abreu afirma que neste ano as vistorias às unidades de ensino continuarão com o mesmo ritmo do ano passado, mas iniciará, em parceria com o Ministério Público Estadual, a vigilância para ver a quantidade de alunos em sala de aula.

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Segundo ela, a rede municipal tem apresentado problemas de superlotação e usando espaços inadequados para os estudantes. Um desses casos é de alunos do 1º ano do ensino fundamental estudando em salas que deveriam ser da educação infantil.

A fiscalização também vai focar o espaçamento mínimo entre os alunos e as áreas de circulação. A maratona de vistorias começa em 6 de fevereiro e vai abranger também a rede municipal.

O secretário municipal de Educação, Marcos Fernandes, nega que haja casos de superlotação nas salas de aulas. Segundo ele, está sendo seguido o que exige a lei. O que pode estar havendo, explica o secretário, é transferência de alunos no meio do ano, estourando o limite.

Nesses casos, não há como abrir mais turmas porque não há salas suficientes.

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