O prefeito de Blumenau e presidente do diretório estadual do DEM, João Paulo Kleinübing, confirmou, em entrevista na tarde de terça-feira, que vai acompanhar o governador Raimundo Colombo no PSD, partido fundado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

A tendência é a mesma de deputados estaduais, lideranças e prefeitos da região. O chefe do Executivo de Rio do Sul, Milton Hobus (DEM), também já confirmou a mudança de partido. Depois da segunda-feira em que anunciou os rumos do DEM em Santa Catarina, Kleinübing admitiu que a preferência era a fusão entre o DEM e o PSDB. No entanto, como a negociação não teve êxito, decidiu se juntar ao governador no novo partido.

O presidente do diretório estadual do DEM ressaltou que a mudança não interfere na prefeitura de Blumenau e que ainda é cedo para falar do cenário para as eleições do ano que vem. Confira a entrevista que Kleinübing concedeu ao Santa ontem, por telefone:

Jornal de Santa Catarina - Qual o rumo político do senhor a partir de agora? Vai seguir o governador Colombo?
João Paulo Kleinübing - Nós conversamos bastante. O sentimento das bancadas e prefeitos com quem conversei é de seguir o governador Raimundo Colombo. Vamos seguir o nosso líder em Santa Catarina. Há naturalmente esse desejo de seguir o governador. Acompanhar a fundação de um partido assim é um pouco diferente. Eu ainda penso como pefelista, sou democrata e já estou mudando de novo. É uma decisão conjunta do partido. Estamos amadurecendo isso internamente ao longo desta semana.

Santa - Então o senhor muda junto?
Kleinübing - Sim, é a tendência.

Santa - Como o senhor recebeu a notícia do governador migrar para o PSD?
Kleinübing - O governador comunicou oficialmente a decisão no domingo, explicando os motivos de buscar novos caminhos, de trazer a experiência para o PSD, principalmente depois que a discussão sobre a fusão do DEM e do PSDB não avançou. Essa era a minha preferência e a do governador também. Mas, em função de muitas dificuldades, Colombo tomou a decisão de sair do DEM. No domingo houve uma reunião com as bancadas e, a partir daí, foi deflagrado um processo de ouvir o partido. Foi o que nós fizemos ontem (segunda-feira) aqui em Blumenau. Reunimos o nosso diretório ao meio-dia e explicamos as questões. E, na próxima semana, temos outra reunião para os filiados se manifestarem e dizerem se concordam ou não.

Santa - Acompanhou o processo desde o início?
Kleinübing - Sim, desde que a negociação começou. Faz tempo, já.

Santa - E Blumenau como fica com a mudança? Interfere de alguma forma no governo?
Kleinübing - Não, na prefeitura não. Isso é uma questão política. Não interfere na prefeitura nem no governo do Estado. Não tem nenhum tipo de interferência. Aquilo que me fez apoiar o governador também não tem nada a ver com o partido e sim com a capacidade dele de gerir o Estado. E a capacidade dele não diminuiu.

Santa - Como os filiados receberam a notícia?
Kleinübing - Fizemos uma reunião para que as pessoas começassem a pensar, depois teremos outra. O sentimento natural é de confiança no governador e de acompanhar a decisão dele.

Santa - O que muda no quadro das eleições do ano que vem?
Kleinübing - Acho que não muda nada. É difícil prever agora, sinceramente. O que vemos hoje é que até mesmo pessoas que não estão no DEM estão vindo somar conosco, como o deputado Jorginho Mello. Pode haver um rearranjo do quadro partidário de Santa Catarina. Depois é que vai se começar a discutir as eleições municipais em cima disso. Não tenho bola de cristal para saber da influência nas coligações.

Oito deputados estaduais também confirmam mudança de partido

Após um breve encontro com o governador Raimundo Colombo, o deputado estadual Kennedy Nunes anunciou, terça-feira, que vai mesmo trocar o PP pelo PSD. Com a decisão, ele será o oitavo integrante da bancada da nova legenda na Assembleia Legislativa. Além dele, os sete parlamentares do DEM também vão ajudar a fundar o PSD no Estado, seguindo os passos de Colombo em direção ao partido criado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

Kennedy anunciou sexta-feira que deixaria o PP, alegando divergências com o diretório municipal da sigla. O deputado não concordava com o apoio ao prefeito de Joinville, Carlito Merss (PT). Antes de optar pelo PSD, ele dizia estar estudando a melhor forma de não perder o mandato por infidelidade partidária. Filiado ao PP durante os últimos 14 anos, o deputado estadual disputou as últimas duas eleições para a prefeitura da cidade.

Pré-candidato mais uma vez, Kennedy terá que disputar o espaço dentro da nova legenda. O deputado estadual Darci de Matos também já garantiu sua desfiliação do DEM e seu ingresso ao PSD: 

- O melhor candidato receberá o apoio do governo. Estou no campo pra jogar, a função ainda a definir.