clicRBS
Nova busca - outros

Notícias

 | 18/04/2011 21h47min

Associações reconhecem dificuldade em fiscalizar voos duplos como os que são praticados em Timbó

No sábado, rapaz de 14 anos morreu ao cair de parapente

A Associação Brasileira de Voo Livre (ABVL) e a Associação Brasileira de Parapente (ABP) reconheceram nesta segunda-feira a dificuldade de fiscalizar a documentação dos pilotos. Aureli João dos Santos, envolvido no acidente que matou no último sábado Vitor Hiram Stringari, não tinha autorização de nenhuma delas para fazer voo duplo. O garoto de 14 anos caiu de cerca de 100 metros de altura logo após a decolagem no Morro Azul, no limite entre Timbó e Pomerode.

Para fazer voos duplos, todo piloto precisa ter autorização de uma das duas associações. Para conseguir o documento, as entidades defendem que o piloto precisa integrar algum clube de voo livre, porque são eles que mantém as rampas de decolagem. Também se pede que os pilotos sejam instrutores, o que garante que eles têm bastante experiência.

De acordo com o presidente da ABP, Luciano Miguel Martins, a fiscalização da documentação de cada piloto é responsabilidade do clube ao qual ele é filiado:

- Nós não temos poder para fazer essa fiscalização. Fica a cargo dos clubes, mas sabemos que há dificuldades. As rampas são em locais de difícil acesso, abertos e nem sempre tem alguém ali para garantir que só quem está com tudo certo possa saltar. 

- Os clubes notificam os pilotos, mas não vão conseguir segurá-los. Praticamente todos os integrantes de clube trabalham e não podem fazer fiscalização permanente nos locais de decolagem - argumenta o presidente da FCVL, Edson dos Santos.

Se comprovada irregularidade, piloto pode responder por homicídio doloso

O parapente usado por Aureli João dos Santos durante o voo duplo que terminou na morte de Vitor Hiram Stringari, 14 anos, sábado, será encaminhado esta semana para análise no Instituto Geral de Perícias (IGP). De acordo com o delegado responsável pelo caso, Luiz Carlos Gross, não há previsão de quando o resultado da perícia será divulgado.

Vitor, enterrado às 10h desta segunda-feira no Cemitério Jardim da Saudade, morreu ao cair assim que decolou do Morro Azul, no limite entre Timbó e Pomerode. Segundo o que Joãozinho, como o piloto era conhecido, disse aos bombeiros, o adolescente caiu da cadeirinha. O pai dele, Adair Stringari, viu o momento em que o filho caiu.

Inicialmente, o piloto será indiciado por homicídio culposo, sem intenção de matar. Entretanto, se for comprovado que ele não tinha a habilitação necessária para voos duplos ele poderá ser indiciado por homicídio doloso, com intenção de matar.

- Vou dar alguns dias para que as pessoas possam se recuperar da morte do garoto e aí vou começar a ouvir os envolvidos. Chamarei o pai, pessoas que estavam lá e o piloto. Pretendo concluir o inquérito dentro de 30 dias - disse Gross. 

O que diz Hermes Soethe, advogado de Aureli João dos Santos, o Joãozinho:

O advogado garantiu que Joãozinho tem habilitação para fazer voos duplos e ficou de encaminhar o documento ao Santa por e-mail. No entanto, até o fechamento desta edição, o documento não havia chegado. Soethe salientou que o cliente é piloto há mais de 20 anos,  fez diversos cursos e que o equipamento usado no salto era novo e estava em garantia. 

- Vamos provar que ele seguia as normas e que o que aconteceu foi uma grande fatalidade.

 

JORNAL DE SANTA CATARINA

grupoRBS

Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho

Prêmio RBS de Educação

Grupo RBS  Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2012 clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.