A Polícia Civil começa a investigar, nesta segunda-feira, as causas do acidente de parapente que matou Vitor Hiram Stringari, 14 anos, em Pomerode. Serão ouvidas testemunhas e o piloto do parapente, Aureli João dos Santos, com quem o garoto decolou para o voo duplo. O delegado Gilberto Azevedo, que estava de plantão e atendeu ao caso, explicou que, inicialmente, Joãozinho, como o piloto era mais conhecido, será indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar). 

— A responsabilidade pela segurança e pelo estado dos equipamentos é do piloto — apontou o delegado.

Os equipamentos de voo foram recolhidos para perícia. O presidente da Federação Catarinense de Voo Livre (FCVL), Edson dos Santos informou que Joãozinho não tinha permissão da FCVL nem da Associação Brasileira de Voo Livre (ABVL) para fazer voos duplos. No entanto, no alto do Morro Azul há uma placa com telefones dele oferecendo a atividade.

Na Associação Brasileira de Parapente (ABP), que também emite certificados para instrutores, ninguém atendeu as ligações feitas pelo Jornal de Santa Catarina. De acordo com Santos, voos duplos são proibidos em Santa Catarina. Só podem ser feitos por pilotos com credencial de instrutor.

— O parapente de Santa Catarina está muito triste com esse fato. Isso nunca havia acontecido aqui — lamentou Santos.

Santos informou que fará uma reunião semana que vem com gestores de rampas de voo livre e proibirá o voo duplo em Santa Catarina, até que sejam feitas regularizações em todo o Estado. Ainda, segundo o presidente, a FCVL não permite que pessoas com menos de 16 anos voem mesmo com autorização dos pais.

Somente a partir dos 16 anos e com autorização por escrito dos responsáveis, pode-se praticar o voo livre com instrução dada por um piloto habilitado como instrutor. Portanto, Vitor Stringari não podia ter decolado.

O Jornal de Santa Catarina tentou falar com Joãozinho neste domingo. Uma irmã atendeu à ligação e informou que ele não atenderia, pois estava medicado e abatido.